Zona Norte

Chacina em Nova Descoberta: polícia investiga causa do assassinato de sete pessoas

As investigações estão sendo conduzidas pela através da 5º Delegacia de Polícia de Homicídios. De acordo com a polícia, o crime pode ter ligação com o tráfico de drogas

Chacina de Nova Descoberta, no Alto do Reservatório. - Walli Fontenele/Folha de Pernambuco

A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) está investigando a motivação da chacina ocorrida na madrugada deste domingo (12), que vitimou sete pessoas na comunidade do Alto do Reservatório, no bairro de Nova Descoberta, na Zona Norte do Recife. 

As investigações estão sendo conduzidas pela através da 5º Delegacia de Polícia de Homicídios (DHP), vinculada ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), localizado no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste da capital.

De acordo com o responsável da Diretoria Integrada Especializada (Diresp), o delegado Ivaldo Pereira, as investigações seguem diversas linhas. No entanto, a principal delas aponta que o crime tenha ligação com o tráfico de drogas na região. 

"Existem várias linhas de investigação, a mais forte aponta para uma relação com o tráfico de drogas na região.  Encontramos no local diversos utensílios relacionados ao consumo dessas substâncias; como balança de precisão, aparelho de barbear, sacos plásticos, crack, bebidas alcoolicas e o 'pó virado', que é uma mistura de crack com ácido bórico", explicou o delegado.

Chacina de Nova Descoberta
Segundo a polícia, das sete pessoas assassinadas, uma foi morta ainda dentro de um imóvel e as outras seis na área externa.

Os autores chegaram ao local em dois veículos, fortemente armados, invadiram a residência e iniciaram os disparos. Além disso, a polícia identificou que foram utilizadas armas de calibres variados, como .40, 12 e 9mm.

Na foto: O gestor do DHPP, o delegado Diego Pinheiro; o diretor da Diretoria Integrada Especializada (DIRESP), Ivaldo Pereira e o coordenador da Força Tarefa de Homicídios, o delegado Sérgio Ricardo. Foto: Gabriela Castello Buarque/Folha de Pernambuco.

As vítimas foram identificadas como Valdeci Sebastião da Silva, de 51 anos; Cláudio José da Silva, de 43 anos; Luiz Fernando da Silva Barbosa, de 25 anos; Silvano José da Silva, de 43 anos; Luiz Herculano Alves Filho, de 39 anos; José Carlos Gomes Bezerra, de 36 anos, e Cleiton José Bento de 41 anos.  

Ainda de acordo com a polícia, Valdeci era o proprietário da residência e foi morto com um disparo dentro do imóvel. O irmão dele, Cláudio José da Silva, de 43 anos, e o sobrinho, Luiz Fernando da Silva Barbosa, de 25 anos, faram alvejados fora da residência. 

O delegado destacou ainda que nem todas vítimas da chacina eram os alvos corretos da ação.

"Até agora, sabemos que apenas alguns dos presentes eram alvos. Outros alvos que os criminosos buscavam haviam saído do local antes da chegada deles. Ao encontrarem quem estava no local, os criminosos decidiram matá-los também, num possível julgamento de "queima de arquivo". Ou seja, a tragédia poderia ter resultado em um número ainda maior de vítimas", afirmou Ivaldo.

Investigações
O diretor da Diresp relatou ainda que entre as linhas de investigações que chegaram até a polícia uma delas teria relação com o possível envolvimento de algumas das vítimas com uma quadrilha de roubo de motocicletas.

No entanto, o delegado afirma que esta é a linha de investigação com menor força no momento. Entre as sete vítimas, apenas duas possuem antecedentes criminais: uma por homicídio e outra por estupro.

"Não há qualquer indício de envolvimento com roubos, segundo as investigações iniciais. Inclusive, as informações da população local indicam que esses indivíduos trabalhavam atualmente e apenas frequentavam o imóvel para consumir drogas. Além disso, não há evidências de que as vítimas sabiam conduzir motocicletas. Esse é um ponto que está sendo descartado com base nas informações coletadas até o momento", explicou o diretor da Diresp.

Ivaldo Pereira informou ainda que a Polícia Militar está reforçando a ostensividade na área, e a Polícia Civil, através da Divisão Especial de Apuração de Homicídios, do Denarc e da Força-Tarefa, está empenhada em reunir informações sobre o caso.

"Desde a madrugada deste domingo (12), estamos coletando dados para identificar a autoria, motivação e circunstâncias desse crime. Já coletamos alguns depoimentos, incluindo o de familiares. Reforço que foi um crime brutal e injustificável. Nós, da Polícia Civil, estamos comprometidos com os familiares e com a população de Pernambuco para dar uma resposta rápida e eficiente, como é padrão em nossas investigações", concluiu o delegado.