Sindicatos da Petrobras reagem a determinação de trabalho presencial três dias por semana
Na última semana, estatal comunicou aos funcionários que, a partir de abril, eles terão que alterar a escala de trabalho
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) convocou a categoria para a realização de atos nesta terça-feira, em frente à sede da Petrobras no Rio de Janeiro e em outras bases administrativas, contra a decisão da estatal de alterar a carga presencial de seus trabalhadores a partir de abril.
Além de criticar a decisão unilateral da empresa, a Federação argumenta que as regras do trabalho remoto precisam ser adaptadas às atividades específicas de cada trabalhador. Segundo a FUP, há funções que podem ser realizadas integralmente de forma remota, enquanto outras exigem presença física.
Semana passada, a Petrobras comunicou aos funcionários que, a partir de 7 de abril, vai aumentar a carga de trabalho presencial de seus funcionários. Nessa data, a mudança passará a valer para empregados sem função gratificada e, em 10 de março, para aqueles com funções como consultores e gerentes.
Os funcionários deverão realizar o trabalho presencial, no mínimo, três dias por semana em vez de dois, como é atualmente. De acordo com a empresa, esse modelo já é praticado por gerentes desde setembro de 2024.
A estatal informou que só podem continuar em teletrabalho integral de cinco dias aqueles que fazem parte de públicos específicos que já têm essas condições acordadas. Para os demais funcionários, os dias da semana de trabalho remoto deverão ser negociados com seus gestores, mas considerando necessariamente a segunda ou a sexta-feira como um dos três dias presenciais.
"A Federação propõe que a quantidade de dias de trabalho remoto e presencial seja avaliada de forma mensal e não semanal, oferecendo mais flexibilidade para atender às necessidades dos trabalhadores e da empresa. Para isso, a criação de um comitê em cada unidade para analisar individualmente cada caso é uma das sugestões", afirma Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP.
A diretora da FUP Cibele Vieira diz que a Petrobras tem se recusado a negociar com os sindicatos, desconsiderando os impactos no dia a dia dos trabalhadores. "Não há evidências de que o teletrabalho tenha prejudicado a produtividade", reforça. “Acreditamos que a mudança no modelo de trabalho deve ser discutida de maneira transparente, respeitando os interesses de ambas as partes”, diz ela.