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Nova licitação para a comunicação do governo Lula vai prever estratégias para o combate às fake news

Novo ministro da Secom, Sidônio Pereira afirmou que prepara edital

Cerimônia de posse de Sidônio Palmeira no cargo de Ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República - Ricardo Stuckert / PR

O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, vai incluir na nova licitação a determinação que as empresas interessadas apresentem estratégias para o combate às fake news. O Palácio do Planalto está preocupado com o impacto de notícias falsas como a da suposta taxação das transações via Pix, o que não vai acontecer.

A previsão de ações contra as fake news já constava no edital que foi suspenso pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A ideia de Sidônio, no entanto, é acrescentar novos parâmetros com foco no ambiente digital.

Após tomar posse como ministro da Secom, Sidônio disse que pretende abrir “imediatamente” uma nova licitação para a comunicação digital do governo.

— Pretendo fazer uma nova licitação. Essa não vale mais, não nos interessa. E vamos encaminhar o mais rápido possível. Vamos trabalhar imediatamente nisso.

Ainda que ocorra de forma célere, com todos prazos da legais de uma licitação, o governo Lula poderá contar, na prática, com um novo contrato de empresas que prestem serviços digitais apenas no segundo semestre. Pelo menos nos primeiros seis meses de gestão a equipe de Sidônio não poderá contar esse serviço. Enquanto isso, o entorno do ministro vem tendo conversas com integrantes da equipe de João Campos para traçar estratégias da nova gestão.

Desde o final do ano passado, ainda na gestão de Paulo Pimenta, a Secom passou a preparar um segundo edital, que já está em discussão nas instâncias internas do governo. Sidônio vai aproveitar o edital em discussão no governo e sugerir também novos critérios.

Na última quinta-feira, o TCU liberou a Secom para contratar serviços de comunicação digital em uma nova licitação.

Em decisão, o ministro Aroldo Cedraz também arquivou investigação sobre o processo cancelado no ano passado, após a análise de indícios de irregularidades no certame. A manifestação ocorreu dois dias após o anúncio da troca de Paulo Pimenta pelo publicitário Sidônio Palmeira na chefia da Secom.

Em julho do ano passado, Cedraz suspendeu a licitação da Secom voltada para a comunicação digital do governo Luiz Inácio Lula da Silva após suspeita de violação do sigilo na escolha das contratadas. Isso porque a lista de vencedoras foi antecipada na véspera da divulgação do resultado pelo site "O Antagonista".

O portal revelou por meio de uma mensagem cifrada no X (ex-Twitter) que a licitação seria levada pelas agências Usina Digital, Area Comunicação, Moringa L2W3 e o consórcio BR e Tal, composto pela BRMais e a Digi&Tal.

O ministro Aroldo Cedraz considerou que uma nova licitação — a primeira foi estimada em R$ 197 milhões — pode ocorrer, já que houve "pleno esclarecimento prestado pela Secom". O ministro da Corte também indicou que houve "perda do objeto" no processo do TCU, já que a concorrência havia sido cancelada.

Melhorar o posicionamento do governo nas redes sociais é um dos principais desafios de Sidônio no comando da Secom.

No começo de dezembro, Lula fez uma crítica e reclamou que, em dois anos de governo, não se conseguiu fazer uma licitação para a área digital:

— E nós não conseguimos sequer usar a internet com o poder de alcance que ela possa ter. E eu quero assumir a minha culpa porque até hoje estamos há dois anos no governo e a gente não conseguiu ter uma imprensa digitalizada e competitiva. A gente não conseguiu. A gente não conseguiu, sequer, em dois anos de governo, fazer um estudo mais aprofundado sobre a questão digital e sequer conseguimos fazer uma licitação para ter uma imprensa digitalizada, mais competitiva.