OPINIÃO

Conjuntura econômica e seus reflexos no mercado de trabalho brasileiro em 2025 

O ano de 2025 chega com a expectativa de uma economia brasileira em fase de ajustes e com avanços em áreas estratégicas. O Brasil ainda enfrenta desafios macroeconômicos como inflação persistente, altas taxas de juros e necessidade de atração de investimentos externos para fortalecer setores como tecnologia, agronegócio, mineração, bancário e bens de consumo. 

Em 2025, no entanto, com a perspectiva de estabilização gradual da economia, espera-se que o país retome um crescimento moderado, o que promete movimentar o mercado de trabalho, especialmente para posições gerenciais.

Esse ambiente deverá influenciar as prioridades das empresas, que buscarão não apenas eficiência e redução de custos, mas também estratégias de crescimento sustentável. Deste modo, a economia brasileira apresentará oportunidades para empresas dispostas a investirem em inovação, digitalização e sustentabilidade.

Diante deste cenário global desafiador, identificar as áreas e os cargos que estarão em alta pode ajudar profissionais a se prepararem melhor para as oportunidades e os desafios que virão.

A área de tecnologia continuará a tracionar a economia, com a transformação digital se aprofundando em diversas indústrias. O crescimento da inteligência artificial (IA), segurança cibernética, blockchain e análise de dados devem impulsionar o setor.

Os Chiefs Technology Officers (CTOs) guiarão a inovação em produtos e serviços digitais dentro das empresas, enquanto o aumento na utilização de dados para decisões de negócio alavancará a demanda por líderes em ciência e análise de dados.

Uma pesquisa recente do Instituto Nacional de Combate ao Cibercrime apontou que os prejuízos causados pelas violações de dados no Brasil chegam a 18% do produto interno bruto (PIB) nacional. 

Desta forma, a segurança digital é também um campo em constante evolução, no qual companhias precisarão de especialistas para proteger dados sensíveis, avaliar riscos e criar estratégias de segurança que protejam contra ameaças.

Não menos importante, 2025 tem tudo para ser o ano do Especialista de Inteligência Artificial. Profissionais especializados serão necessários para desenvolver, treinar e ajustar modelos de IA, garantindo que a tecnologia seja usada de forma ética e eficiente.

O agronegócio segue como um dos pilares da economia brasileira, com o IBGE prevendo crescimento de 5,8% na safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas para 2025. No centro das atenções, a adoção de práticas sustentáveis e menor impacto ambiental ampliarão a digitalização no campo e o uso de tecnologias para aumentar a produtividade. 

O Diretor de Inovação e Tecnologia Agrícola exercerá, cada vez mais, um papel determinante ao conduzir a integração de tecnologias IoT e agricultura de precisão.
A adoção de práticas ESG, por outro lado, será estratégica, ampliando a necessidade de Gerentes de Sustentabilidade, uma vez que o Brasil deverá acelerar o compromisso de atingir a neutralidade climática até 2050, firmado no Acordo de Paris, em 2015. 

Os setores industrial e de mineração buscarão crescer em produtividade e eficiência, principalmente através de automação e digitalização, além de atenderem a padrões ambientais mais rigorosos, assim como ocorre com o agronegócio.

A modernização das operações industriais exigirá líderes que conduzam a transformação digital, impulsionando a demanda por Gerentes de Transformação Digital. Pressões por responsabilidade socioambiental trarão ainda uma demanda significativa por gestores focados em garantir o cumprimento de normas ambientais.

O mercado financeiro, por sua vez, está em processo de constante evolução, com o crescimento de fintechs e a ampliação do uso de tecnologia entre os players tradicionais. 
Open banking e digitalização continuarão a transformar o segmento, que necessitará de gestores capazes de liderar a inovação e oferecer uma experiência diferenciada para o cliente, como os Heads de Inovação Digital e Diretores de Produtos Digitais.

Já a área de bens de consumo está atenta às mudanças no comportamento do consumidor, impulsionadas pela digitalização e pelo foco em sustentabilidade. As empresas do segmento buscarão expandir a experiência de compra digital, aumentando o engajamento do cliente e adotando práticas mais sustentáveis, o que demandará Gerentes de Sustentabilidade e ESG.

Gerentes de E-commerce e Experiência do Cliente também estarão em alta, à medida que a IA generativa e chatbots na jornada do cliente redefinem as estratégias de atendimento.
Importante destacar que, diante deste panorama desafiador, além das competências técnicas, habilidades como liderança adaptativa, gestão de mudanças e visão estratégica serão valorizadas em posições de liderança. 

O cenário de contratações atual revela um mercado em transformação, impulsionado pela inovação tecnológica e pela sustentabilidade. Profissionais que apostarem em qualificação e atualização constante estarão certamente bem-posicionados para aproveitar as oportunidades de crescimento nas áreas e cargos mencionados.


Sócio-sênior do Grupo Hub, consultoria de RH.

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