VERÃO

Otite externa: saiba o que é, como se prevenir e tratamento da doença, em alta no verão

Folha de Pernambuco entrevistou especialista sobre a otite externa, em alta no verão pela procura por banhos em piscinas, rios e mares

Otite externa tem mais chances de acontecer com aumento dos banhos de piscina no verão
Otite externa tem mais chances de acontecer com aumento dos banhos de piscina no verão - Freepik

A otite externa é uma doença em alta com a chegada do verão e do calor intenso, que neste ano será mais seco e quente que o normal em Pernambuco. Nesse período, a procura por piscinas, rios e mares é certa para grande parte da população. Nesse período de diversão, no entanto, é preciso tomar cuidado com a entrada de água nos ouvidos.

Com essa procura por ambientes com água, a maior umidade no canal externo do ouvido torna possível o aumento da ploriferação de fungos e bactérias. O corpo reage com uma inflamação, chamada de otite externa, também conhecida como "otite de verão" ou "otite de nadador".

"Existem bactérias e fungos que já colonizam normalmente o canal auditivo. Com as atividades aquáticas, há uma mudança do PH na região, pela presença da umidade. Isso torna possível a maior ploriferação para inflamações e processos infecciosos, como a otite externa", explicou a otorrinolaringolojista do Otocenter Recife Ana Elizabeth Vilela, em entrevista à Folha de Pernambuco.

Sintomas
Os principais sintomas da otite externa são inflamações e coceira no ouvido. A dor também costuma ser muito intensa, além de secreções no local e uma maior vermelhidão. 

Por mais que afete o canal do ouvido, a médica especialista, no entanto, afirmou que a doença não deve causar prejuízo à audição.

"Pelo edema e secreção, pode dificultar um pouco a audição por algum período, mas ela não vai ser prejudicada", explicou.

Um sinal para otite externa pode ser colocar a mão excessivamente para coçar a orelha | Foto: Freepik

Atenção redobrada com crianças
Por conta da coceira, um grande sinal da doença é observar se está levando demais a mão à orelha. Isso vale, principalmente, para crianças.

Ainda assim, a médica destacou que o responsável tenha maior atenção, mas que não proíba o banho de piscina, mar ou rio dos pequenos.

Atenção para otite externa em crianças | Foto: Freepik

"Não precisa restringi-la de tomar o banho. É só prestar atenção nesse banho, e não colocar produtos como álcool e afins. Também há pessoas com o costume de passar leite, o que não é necessário. Um dos sintomas é a coceira, então se vir isso, procurar saber o que está acontecendo. Se estiver doendo, procure um especialista", disse a médica.

Vale ressaltar, no entanto, que levar muito a mão à orelha pode acontecer com adultos também, já que qualquer pessoa pode ser acometida pela otite externa.

Diferença para uma otite comum
No momento do diagnóstico, no entanto, é importante não se confundir com a otite média aguda. A doença, mais comum em crianças entre seis meses e dois anos de idade, ocorre geralmente em períodos de inverno, causada por bactérias ou vírus, que podem ser remanescentes de uma gripe.

Também é bom destacar que uma diferença entre as doenças é a dor, que é mais forte na otite externa. A otite média aguda também acontece em infecções no canal interno do ouvido, diferente da otite de verão.

A diferenciação pode ser facilmente feita por um especialista levando em consideração sintomas, histórico do paciente e um exame chamado de "otoscopia". O método consiste na inserção de um equipamento, o otoscópio, para observar o interior da orelha.

Otite externa pode ser causada por entrada de água no ouvido | Foto: Freepik

Cuidados e tratamento
Segundo a profissional, o principal método de prevenção para a doença é evitar a manipulação da área - colocar muito a mão na orelha ou coçá-la - e prestar atenção para o cuidado adequado da região após os banhos.

"É importante não ficar coçando muito a região ou colocar materiais na área, como cotonetes, que podem causar cortes na inflamação. Após os banhos, também é preciso secar bem a orelha, com a toalha. Também pode dar uns pulinhos para que mais água saia da região. É o que pode ser feito para prevenir", afirmou.

Quanto ao tratamento, para controlar a otite de verão, é preciso usar antibióticos, geralmente em gotas que são pingadas no ouvido. Além disso, analgésicos para a dor e antiinflamatórios, tanto de uso títpico, como oral, podem ser utilizados, dependendo da prescrição médica.

O importante, no entanto, é não fazer automedicação, e sim procurar um especialista.