Aluguel

Aluguel no Recife sobe 16,17% em 2024, de acordo com Índice FipeZap

Reajuste pressionado pelo IGP-M de 6,54% afeta contratos e amplia inadimplência no Nordeste

Aluguel no Recife sobe 16,17% em 2024, de acordo com Índice FipeZap - Arquivo/Ag Brasil

A Cidade do Recife encerrou 2024 com um aumento de 16,17% nos valores de aluguel residencial, posicionando-se entre as capitais brasileiras com os maiores reajustes, de acordo com o Índice FipeZap. A alta está acima da média nacional de 13,50% e foi impulsionada pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que fechou o ano com uma variação de 6,54%.

Esse índice, que monitora preços de aluguel em 36 cidades brasileiras, calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), é amplamente utilizado para corrigir contratos de aluguel devido à sua divulgação antecipada e abrangência. Além disso, o IGP-M também reajusta tarifas públicas, como energia e telefonia, e contratos de prestação de serviços.

Em 2024, o reajuste médio dos aluguéis ficou quase três vezes acima da inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que terminou o ano em 4,83%. Isso pressiona ainda mais o orçamento das famílias, especialmente nas regiões com maior inadimplência.

Segundo a plataforma Superlógica, que monitora mais de 600 mil contratos de locação no Brasil, o Nordeste tem a segunda maior taxa de inadimplência locatícia do país (4,87%), atrás apenas da região Norte (6,10%).

Capitais 
Enquanto Recife teve aumento significativo no preço dos aluguéis, outras capitais do Brasil registraram reajustes ainda maiores, como Salvador (33,07%), Campo Grande (26,55%) e Porto Alegre (26,33%). No entanto, o Nordeste se destaca pelas altas taxas de inadimplência. A Paraíba, por exemplo, registrou a maior taxa de inadimplência locatícia em novembro de 2024, com 15,77%.

"O Censo Demográfico 2022 mostrou que 20% da população mora de aluguel. O fato é que as pessoas precisam morar em algum lugar e, se não podem comprar, precisam alugar. Daí surge um aumento da procura pela locação de imóveis, atraindo, por sua vez, a lei da oferta e demanda. Se a procura aumentou, naturalmente os preços também aumentarão", explica o advogado Amadeu Mendonça, especializado em negócios imobiliários.

O cenário de 2025 aponta desafios para o setor imobiliário, com famílias enfrentando dificuldade para absorver os reajustes e o risco de inadimplência aumentando, principalmente nas regiões mais afetadas pela alta de preços.

Cálculo
Para calcular o valor atualizado do aluguel, é necessário multiplicar o valor do contrato atual pelo fator de atualização divulgado pelo Secovi-SP, que em janeiro de 2025 é 1,0654. Por exemplo, se o aluguel era de R$ 2.300 mensais em 2024, o cálculo é feito da seguinte forma:

R$ 2.300 x 1,0654 = R$ 2.450,42
Assim, o valor reajustado para 2025 será de aproximadamente R$ 2.450.