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Líderes e organizações internacionais celebram acordo entre Israel e Hamas

Milhares de palestinos enfrentam uma grave crise alimentar e sanitária no enclave após 15 meses de conflito armado

Líderes e organizações internacionais celebram acordo entre Israel e Hamas - Bashar Taleb/AFP

O acordo de cessar-fogo e libertação de reféns alcançado entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, nesta quarta-feira, após forte pressão dos mediadores, foi saudado por lideranças e organizações em todo o mundo. Mas elas também apelaram para uma rápida entrega de ajuda humanitária aos milhares de palestinos que enfrentam uma grave crise alimentar e sanitária no enclave depois de 15 meses de conflito armado.

“O que é necessário é um acesso humanitário rápido, desimpedido e ininterrupto e suprimentos para responder ao tremendo sofrimento causado por esta guerra”, escreveu Philippe Lazzarini, chefe da chefe da agência de ajuda da ONU para refugiados palestinos (UNRWA, na sigal em inglês), no X.

 

Para o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, é “imperativo” que o cessar-fogo remova os obstáculos à entrega de ajuda humanitária na Faixa.

“É imperativo que esse cessar-fogo remova os obstáculos políticos e de segurança significativos para a entrega de ajuda em Gaza, para que possamos apoiar um grande aumento da ajuda humanitária urgente que salva vidas”, disse ele, ao mesmo tempo em que saudou o acordo.

O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, também defendeu a “importância de acelerar a entrada de ajuda humanitária urgente” em Gaza, ao saudar o acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas. Sisi, cujo país é vizinho de Gaza e cujo governo ajudou a negociar a trégua, disse que o acordo veio depois de “esforços extenuantes durante mais de um ano de mediação egípcia, do Catar e dos EUA”.

Segundo a chefe do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), a organização está pronta para ajudar a implementar o cessar-fogo e facilitar a troca de prisioneiros e reféns.

“Estamos prontos para facilitar qualquer operação de libertação, conforme acordado pelas partes, para que os reféns e os detidos possam voltar para casa”, afirmou Mirjana Spoljaric em um comunicado, acrescentando que a organização estava "também preparada para ampliar maciçamente nossa resposta humanitária em Gaza, onde a situação exigir."

O chefe de Direitos Humanos da ONU saudou a notícia, dizendo que ela representa a promessa de “enorme alívio depois de tanta dor e miséria insuportáveis”, e destacou a importância do rápido envio de suprimentos básicos para Gaza.

“Estou extremamente aliviado com a notícia da primeira fase de um cessar-fogo em Gaza, e é imperativo que ele se mantenha agora”, disse o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, em um comunicado. “Peço às partes envolvidas no conflito e a todos os países com influência que façam tudo o que estiver ao seu alcance para garantir o sucesso dos próximos estágios do cessar-fogo, incluindo a libertação de todos os reféns, e para acabar com a guerra em sua totalidade.”

Turk disse ainda que seus pensamentos estavam “com aqueles que sofreram tanta dor e miséria insuportáveis nos últimos 15 meses, e espero que, para o bem de todos, ninguém tenha que passar por isso novamente”.

“Alimentos, água, medicamentos, abrigo e proteção são as principais prioridades”, acrescentou. “Não temos tempo a perder”.

O chefe da Organização Mundial da Saúde acredita que “a paz é o melhor remédio”, mas alertou que “as necessidades de saúde em Gaza continuam enormes”.

“O acordo de cessar-fogo e libertação de reféns em Gaza é bem-vindo e encorajador. Muitas vidas foram perdidas e muitas famílias sofreram”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus no X, expressando a esperança de que "todas as partes respeitem o acordo e trabalhem em prol de uma paz duradoura".

Para o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, o acordo alcançado nesta quarta-feira “é crucial para alcançar a estabilidade regional”.

“Ele representa um passo indispensável no caminho para uma solução de dois Estados e uma paz justa que respeite o direito internacional”, escreveu ele no X, acrescentando que o acordo “deve pôr fim ao conflito, permitir que a terrível situação humanitária em Gaza seja resolvida e a libertação de todos os reféns."

No X, a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen também destacou o papel do acordo alcançado nesta quarta-feira "como um trampolim para a estabilidade duradoura na região e uma solução diplomática para o conflito”.

Para o presidente francês, Emmanuel Macron, o acordo deve ser seguido por uma “solução política” para acabar com o conflito em Gaza.

“O acordo deve ser respeitado. Os reféns devem ser libertados. Os habitantes de Gaza devem ser ajudados. Uma solução política deve acontecer”, postou Macron no X.