Haddad rebate Zema sobre dívida estados: "Sancionou o aumento do próprio salário em 298%"
Zema criticou um veto feito pelo governo federal a um dispositivo da nova lei de renegociação da dívida dos estados
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, rebateu declarações do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), nesta quinta-feira, e afirmou que se reuniu com o mandatário para discutir o projeto de lei de renegociação da dívida dos estados. Segundo Haddad, Zema critica privilégios, “enquanto sancionou o aumento do próprio salário em 298%”.
“O governador de Minas Gerais @RomeuZema usou esta rede para atacar o governo federal, mas, como é de praxe no bolsonarismo, esconde a verdade. Primeiro: esqueceu de mencionar que se reuniu comigo e apresentou uma proposta para a renegociação das dívidas bem menor que a aprovada e sancionada agora”, publicou Haddad em suas redes nesta quinta.
Zema usou suas redes para criticar um veto feito pelo governo federal a um dispositivo da nova lei de renegociação da dívida dos estados.
“Com vetos ao PROPAG, @LulaOficial quer obrigar os mineiros a repassar R$ 5 bi a mais em 25/26, apesar do recorde de arrecadação federal: R$ 2,4 trilhões em 2024. É dinheiro pra sustentar privilégios e mordomias”, escreveu o governador de Minas Gerais nesta terça-feira.
Haddad, no entanto, afirmou que o veto citado por Zema “simplesmente pedia que a União pagasse dívidas dos estados com bancos privados.”
“Em terceiro lugar, ele critica privilégios enquanto sancionou o aumento do próprio salário em 298%, durante a vigência do Regime de recuperação fiscal, inclusive.”, completou o ministro em sua publicação.
Em julho de 2024 Zema, incluiu no Plano de Recuperação Fiscal do estado uma exceção às regras do regime, para garantir um aumento salarial de 300% para si mesmo, para o vice-governador e para os secretários de Estado.
O reajuste de 300%, sancionado por Zema em 2023, levou os vencimentos mensais do governador de R$ 10,5 mil para R$ 37,5 mil
Dívida dos estados
Segundo dados do Tesouro Nacional, atualmente a dívida dos estados com a União está em torno de R$ 760 bilhões. Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul são responsáveis por 90% desse montante.
O projeto sancionado pode zerar os juros para o pagamento das dívidas dos entes da federação com a União, e os valores ficariam corrigidos apenas pelo IPCA, índice de inflação. A diferença é direcionada para investimentos.