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Conjuntivite no verão: saiba como se prevenir, sintomas e tratamento da doença

Durante o período com maior calor, a busca por atividades ao ar livre tende a aumentar as chances de contrair a doença, que afeta os olhos e pálpebras

Conjuntivite - Canva

A conjuntivite tende a ter uma alta na incidência de casos com a chegada do verão, que neste ano será mais seco e quente que o normal em Pernambuco. As chances de contrair a doença, que afeta os olhos e pálpebras, gerando grande desconforto, aumentam pela preferência por atividades ao ar livre, com maior circulação de pessoas.

A "conjuntivite de verão", como é chamada, nada mais é do que uma conjuntivite comum, mas adquirida por outra forma de contágio, amplificada por essa mudança de hábitos da estação. Com isso, quem quiser aproveitar praias, clubes, piscinas ou parques, por exemplo, para escapar do calor intenso, precisa tomar cuidado para não contrair a doença.

"As pessoas ficam mais próximas em ambientes de praia, maior contato de saliva, troca de secreção, e isso aumenta a incidência de transmissão da conjuntivite, principalmente a infecciosa, que seria viral e bacteriana", explicou a oftalmologista da Fundação Altino Ventura (FAV), Camilla Alliz, especialista em retina e catarata, em entrevista à Folha de Pernambuco.

Sintomas
A conjuntivite é uma infecção da conjuntiva, que é a membrana que reveste os olhos e pálpebras. Os principais sintomas são olhos vermelhos, lacrejamento, inchaço nas pálpebras e uma sensação de areia nos olhos, o que agrava ainda mais a coceira. 

O forte desconforto é gerado por vírus e bactérias, e pode durar até duas semanas. No verão, como o fluxo de pessoas tende a ser maior, a ploriferação desses organismos também tende a aumentar, o que impacta no contágio da doença.

"Vai poder acordar já com secreção nos olhos, muitas vezes até saindo já, mesmo que ocm o olho fechado. Um olho bastante inchado, que dificulta até pára abrir as pálpebras", completou a médica.

Conjuntivite causa forte irritação nos olhos. - Foto: Canva

Como se cuidar
Para se prevenir, é preciso seguir alguns cuidados, como higienizar frequentemente as mãos com água e sabão antisséptico e usar shampoo infantil neutro duas vezes por dia. Também é importante evitar coçar os olhos, além de trocar, o máximo possível, itens de uso pessoal, como toalhas de banho e roupa de cama.

Vale destacar também a importância de não compartilhar materiais como travesseiros, maquiagens e óculos de sol, por exemplo. Esses objetos tendem a ter maior contato com os olhos, o que facilitaria a infecção.

Ambientes com aglomeração, como coletivos, clubes e praias, devem ser evitados. Caso tenha que ir a algum desses lugares, é importante não cumprimentar pessoas com as mãos ou dar beijos. Nesses momentos, o cuidado deve ser redobrado para que as chances de contágio diminuam.

Para aliviar a dor, é necessário fazer compressa gelada, entre cinco a 10 vezes ao longo do dia, além de aplicar colírio lubrificante, indicado por um oftalmologista.

Exame de conjuntivite. - Foto: Freepik

Tratamento
Para amenizar os sintomas, a médica indicou que fazer compressas com gaze e soro fisiológico gelado pode ser uma boa alternativa.

Também é bom destacar que, caso a infecção tenha sido viral, a conjuntivite tende a desaparecer em até 15 dias. Se a causa tiver sido uma bactéria ou algum agente tóxico, no entanto, talvez seja necessário recorrer a medicamentos específicos.

Para entender isso, claro, o mais importante é procurar um oftalmologista para obter o diagnóstico correto e o tratamento que deve ser seguido. Se for necessário, o profissional também vai poder fornecer um atestado para que o paciente possa se ausentar das atividades enquanto estiver doente, para evitar o contágio.

"Caso o paciente apresente a queixa por mais um ou dois dias depois disso, será preciso ir a uma consulta de emergência para ser avaliado por um oftalmologista para que o melhor tratamento seja indicado ou medicamentos. Sejam eles antibióticos e orticoides, de acordo com cada caso", completou a oftalmologista.

Com crianças, a atenção também tem que ser redobrada. "É preciso ter uma atenção com crianças, principalmente nesse período. Muitas vezes é difícil de controlar a higienização e contato das mãos de uma criança com os olhos. Então sempre temos uma atenção maior pela alta transmissibilidade na fase infantil. Então é orientar as crianças e ficar atento para, caso tenha algum dos sintomas citados, levar ao oftalmologista", disse a doutora Camilla Moraes.