Eleições 2026

Bolsonaro diz não ver outro nome da direita para 2026

Ex-presidente pode ficar fora da disputa eleitoral até 2061 caso seja processado e condenado com pena máxima pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa

Bolsonaro - o ex-presidente pode ficar inelegível até 2061 caso seja processado e condenado com pena máxima, em 2025 - Isac Nóbrega/Presidência da República

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) insistiu nesta sexta-feira ser o candidato da direita na eleição de 2026.

O antigo chefe do Executivo afirmou também que não acreditará mais na democracia caso permaneça inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

— O que seria a democracia? Respeitar o devido processo legal, a Constituição, as leis. Me tornar inelegível por quê? São duas condenações de oito anos (...) Se eu continuar inelegível, eu não acredito mais em democracia. Acabou a democracia — disse Bolsonaro em entrevista à Veja.

Indiciado pela Polícia Federal (PF) em novembro pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa, o ex-presidente pode ficar inelegível até 2061 caso seja processado e condenado com pena máxima, em 2025, pelos supostos delitos.

O nome do PL teria 106 anos quando pudesse ser postulante ao cargo político novamente.

Os crimes atribuídos pela PF ao ex-presidente no inquérito que aponta uma tentativa de golpe no país podem chegar a 28 anos de prisão como pena máxima.

Após cumprida a pena de quase três décadas, Bolsonaro teria ainda mais oito anos de inelegibilidade por conta da aplicação de punição prevista na Lei da Ficha Limpa.

Essa soma, que não leva em consideração eventuais pedidos de acréscimo de pena, eleva o prazo de inelegibilidade do ex-presidente até 2061.

Bolsonaro já está impedido de disputar um cargo público até 2030, após ter sido condenado à inelegibilidade pelo TSE em 2023.

A Corte entendeu que o ex-presidente praticou abuso de poder político e usou indevidamente meios de comunicação ao atacar, sem provas, as urnas eletrônicas em uma reunião com embaixadores às vésperas da campanha de 2022.

O antigo chefe do Executivo evita citar quem seria o seu candidato nas próximas eleições, caso não possa se lançar à presidência e, em entrevista em novembro, o ex-mandatário afirmou que aposta no Congresso para reverter a sua inelegibilidade.