OPINIÃO

Pensamento único, empresas comuns: a importância da diversidade de ideias no mundo corporativo

Apesar de o pensamento ser considerado uma característica inerente aos seres humanos, recentemente deparei-me com uma citação de Walter Lippmann, importante jornalista e comentarista político americano do século XX, em que afirmava: “quando todos pensam igual é porque ninguém está pensando”.

Desenvolver o pensamento crítico é um importante ativo para fomentar empresas “únicas” e de colaboradores “únicos”. É a partir dessa relação que as organizações tendem a resolver problemas complexos, principalmente em um contexto onde a IA vem na tentativa de generalizar a inteligência. Estimular essa cultura dentro da organização é um exercício cotidiano, no entanto, não é uma tarefa fácil. 

A cultura organizacional deve ser um alicerce para a cooperação. Os gestores devem estimular e proporcionar uma “ambiência” interna para que esse pensamento coletivo seja debatido, refinado, amplificado e incorporado à dinâmica da empresa. 

É através da mudança de cultura que se cria um modelo de coerência. As pessoas são o principal meio e o fim de qualquer transformação.

Toda revolução implica inúmeras transformações, desde que os colaboradores se reconheçam diante da cultura da empresa. A transparência organizacional é outro fator determinante para a pavimentação dessa “nova” cultura de gestão. 

É a partir dessa mudança que se alcançará um maior engajamento entre os funcionários, um ambiente mais produtivo, saudável e feliz, além de uma melhoria significativa na comunicação interna da empresa. A transparência deve ser um ativo estratégico da organização. 

O alinhamento do pensamento crítico é fundamental para que a vitalidade, a continuidade e o sucesso dos negócios estejam materializadas nas metas e ações do planejamento estratégico da empresa. 

Não basta conhecer apenas o documento institucional, é preciso reconhecê-lo nele. Muitas vezes quem pensa na estratégia não conhece a dura realidade do dia a dia da organização.

É provável que você já tenha se deparado com a seguinte citação: “a cultura come a estratégia no café da manhã”. A afirmação é atribuída ao professor e escritor austríaco Peter Drucker, reconhecido como o pai da Administração moderna. 

A promoção de mudanças nas corporações exige coragem nas decisões. Incentivar e apoiar o pensamento crítico é uma delas. 

Promover uma cultura organizacional baseada na transparência, na cooperação e no autogerenciamento pode elevar o patamar competitivo das empresas (lucratividade, satisfação dos clientes, retenção de talentos, entre outros), fomentando um vetor essencial para o estímulo da criatividade, da inovação e da agilidade nos processos de negócios.

Ao investir em uma cultura organizacional que valoriza o pensamento crítico, as empresas estarão mais bem preparadas para enfrentar os desafios do hoje e (re)construir um legado de sucesso no amanhã. Gestor(a), pense nisso!



* Conselheiro Efetivo (2025-2028) do Conselho Regional de Administração de PE.

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