Morales denuncia perseguição de "Justiça servil" ao governo
Juiz da cidade de Tarija ordenou hoje a prisão de Morales
O ex-presidente da Bolívia Evo Morales denunciou nesta sexta-feira que é vítima de uma "justiça parcializada e servil" ao governo do seu ex-aliado Luis Arce, após um juiz emitir um mandado de prisão contra ele por um caso de suspeita de tráfico de menor durante o seu mandato (2006-2019).
"Denuncio o mundo que me persegue e me condena em tempo recorde, uma 'Justiça' parcializada e servil ao governo de Arce, que tem todo o Órgão Judicial dominado", publicou Morales no X.
Um juiz da cidade de Tarija ordenou hoje a prisão de Morales, após o líder indígena deixar de se apresentar pela segunda vez à audiência em que se decidiria sobre um pedido de prisão preventiva.
"Essa 'Justiça' age como no tempo da Inquisição: sem provas. Meus acusadores não buscam justiça, eles querem me banir e me eliminar diante das eleições presidenciais", disse Morales.
O Ministério Público (MP), que acusou formalmente Morales do crime de tráfico de pessoas, já havia emitido um mandado de prisão contra o ex-presidente em outubro passado, durante a fase de investigação, para que ele seja levado para depor em uma sede do MP. O novo mandado é para que ele se apresente ao juiz que conduz o caso.
Durante a audiência, o juiz Nelson Rocabado também declarou Morales em rebeldia, após o que o processo não é arquivado até que ele compareça ao tribunal. "A declaração de rebeldia já estava redigida antes da audiência. Certamente foi enviada pelos ministérios de Governo e Justiça", afirmou o ex-governante.