EUA

Eventos da posse de Trump já começam neste sábado; veja a programação completa

Procissões, comícios partidários, festas em salões de baile e reuniões religiosas deverão ocorrer nos quatro dias de celebração dos apoiadores do republicano

Donald Trump - Jim Watson / AFP

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, será empossado em Washington na segunda-feira, no mesmo Capitólio, onde assumiu o poder pela primeira vez, há oito anos.

Os eventos da posse, no entanto, já começam neste sábado, com explosões de fogos de artifício no clube de golfe do republicano na Virgínia, seguida de um evento de recepção do Gabinete presidencial e do jantar do vice-presidente.

Procissões, comícios partidários, festas em salões de baile e reuniões religiosas também deverão ocorrer nos quatro dias de celebração dos simpatizantes do que será o 47º presidente americano.

“Os eventos inaugurais atrairão apoiadores, líderes da indústria e diplomatas de todas as origens para Washington, [onde] se juntarão ao presidente na inauguração da nova era dourada dos Estados Unidos”, disse Rachel Reisner, diretora de comunicações do comitê inaugural da chapa Trump-Vance, em comunicado.

Ao todo, Trump arrecadou mais de US$ 170 milhões para os eventos da posse, altamente requisitados. Devido à falta de lugares nos eventos VIP, alguns doadores tomaram a medida incomum de oferecer doações de até US$ 1 milhão sem receber nada em troca, publicou o New York Times.

Lugares no discurso inaugural, ingressos para os glamourosos bailes ou acesso a outros eventos costumam ser parte importante do motivo pelo qual grandes doadores fazem doações. Essas festividades inaugurais são um momento-chave para empresários que buscam ganhar influência ou se redimir com uma nova administração nos EUA.

Qual o cronograma da posse?

Sábado, 18 de janeiro
Recepção e fogos de artifício no clube de golfe de Trump na Virgínia;

Recepção do Gabinete presidencial e jantar do vice-presidente.

Domingo, 19 de janeiro
Cerimônia de deposição de coroa de flores no túmulo do Soldado Desconhecido no Cemitério Nacional de Arlington, na Virgínia;

Trump faz discurso num “comício da vitória” na Arena Capitol One, em Washington;

Trump faz discurso em jantar à luz de velas no National Building Museum, em Washington.

Segunda-feira, 20 de janeiro
Serviço religioso pela manhã na Igreja St. John, em Washington;

Chá na Casa Branca com Joe e Jill Biden pela manhã;

Cerimônia de posse no Capitólio ao meio-dia (14h em Brasília);

Despedida de Biden e da vice-presidente Kamala Harris;

Cerimônia de assinatura na Sala do Presidente no Capitólio, onde Trump deve assinar suas nomeações e outros documentos em seus primeiros atos oficiais;

Trump participa de um almoço oferecido pelo Comitê Conjunto do Congresso sobre Cerimônias Inaugurais;

Revisão das tropas pelo presidente e desfile presidencial pela Avenida Pensilvânia até a Casa Branca;**

Cerimônia de assinatura no Salão Oval da Casa Branca;

Trump faz discurso no Baile do Comandante em Chefe, no Baile Inaugural da Liberdade e no Baile Starlight, também em Washington.

** Por causa do frio intenso, com temperaturas esperadas de até -6ºC, Trump anunciou na sexta-feira que a cerimônia da posse ocorrerá do lado de dentro do Capitólio, na Rotunda, local usado como alternativa em todas as posses em caso de mau tempo. Pelo menos parte do público esperado para assistir à posse deverá acompanhar o evento ao vivo na Arena Capital One, para onde Trump seguirá após a posse. Ainda não se sabe como a mudança afetará a programação divulgada inicialmente.

Terça-feira, 21 de janeiro
Serviço nacional de oração na Catedral Nacional de Washington às 11h (13h em Brasília) conclui as atividades oficiais da posse.

Biden e Kamala comparecerão à posse?
Sim. Em dezembro, Biden confirmou sua presença no evento, apesar de Trump não ter feito o mesmo em 2021, quando se recusou a assumir a derrota eleitoral. Além dos líderes democratas, os ex-presidentes Barack Obama (2009-2017), George W. Bush (2001-2009) e Bill Clinton (1993-2001) comparecerão, segundo a imprensa americana. A ex-primeira-dama Laura Bush e a ex-secretária de Estado Hillary Clinton também estarão presentes, enquanto a ex-primeira-dama Michelle Obama não marcará presença. Ela também não esteve presente no funeral do ex-presidente Jimmy Carter, ocasião em que citou um “conflito de agenda”.

Quais líderes mundiais comparecerão?
Nenhum líder mundial compareceu a uma posse presidencial nos Estados Unidos desde 1874, segundo registros do Departamento de Estado citados pela CBS News. No entanto, para a posse de Trump na segunda-feira, vários políticos internacionais deverão comparecer ou indicar enviados especiais em seu lugar.

Ao Miami Herald, o historiador Thomas Balcerski disse que a presença de líderes estrangeiros é sem precedentes na história recente americana, considerando que, no evento, eles não serão tratados com a “pompa de suas visitas a Washington”.

O especialista acrescentou que a presença dessas lideranças pode ser vista como “uma exigência para ganhar favores e provar lealdade a Trump”.

O presidente da Argentina, Javier Milei, foi o primeiro líder estrangeiro a se encontrar com Trump após a vitória do republicano em novembro, e sua presença é tida como garantida, informou a Bloomberg em dezembro.

Trump também teria convidado o presidente salvadorenho, Nayib Bukele, e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, segundo a NBC News. Ainda não está claro se Bukele comparecerá, e Meloni disse na semana passada que estaria presente se sua agenda permitir. O presidente da China, Xi Jinping, mandará um enviado especial para comparecer à posse em seu lugar, publicou o Financial Times.

O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro também disse no X ter sido convidado, mas teve na sexta-feira um recurso apresentado para reaver seu passaporte negado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Moraes já havia negado, na quinta-feira, o primeiro pedido de Bolsonaro, alegando que havia uma “possibilidade de tentativa de evasão” por parte do ex-presidente, que está com o passaporte apreendido desde fevereiro, devido à investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. Ele foi indiciado nesse caso em novembro, mas nega as acusações.

A expectativa é que o Brasil seja representado por sua embaixadora em Washington, Maria Luiza Viotti. Ela teria recebido o convite do Departamento de Estado americano e confirmado presença, segundo integrantes da diplomacia brasileira ouvidos pelo G1.