EX-PRESIDENTE

Após Moraes mandar Jorginho depor, Bolsonaro chama fala sobre conversa com Valdemar de 'escorregada'

Ex-presidente afirmou que governador de Santa Catarina cometeu 'ato falho' durante entrevista nesta semana; após declaração, ministro do STF determinou que ele preste esclarecimentos à PF

O ex-presidente Jair Bolsonaro - Tânia Rêgo/Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou, neste sábado, manter contato com o dirigente nacional do PL, Valdemar Costa Neto. A declaração ocorre após o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), ter sugerido em entrevista que os dois "conversam bastante". Investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na trama do golpe, os políticos não podem fazer contato.

— Jorginho Mello deu uma escorregada. Na mesma entrevista, ele disse que lamenta eu não falar com Valdemar e diz que eu tenho falado muito com Valdemar. Não é verdade, foi um ato falho dele — disse Bolsonaro, em entrevista coletiva.

A fala do ex-presidente ocorreu no Aeroporto Internacional de Brasília, onde ele esteve hoje para acompanhar o embarque de sua mulher, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, para os Estados Unidos. Michelle vai acompanhar a posse do presidente eleito, Donald Trump.

Antes de sugerir que os dois conversavam, Jorginho Mello havia dito que Valdemar "está amargurado" com a decisão de Moraes, mas que, ainda assim, os aliados mantinham distanciamento físico:

— Ele (Valdemar) está amargurado agora porque o ministro Alexandre proibiu eles de conversarem. Tem o diretório nacional de Brasília e, quando o Bolsonaro está no escritório, ele fica lá no outro lado, em uma outra praça, a mais de 200 metros, para não conversarem — disse, durante entrevista à Jovem Pan.

Após a repercussão do caso, o governo de Santa Catarina afirmou que Valdemar e Bolsonaro “seguem cumprindo a decisão judicial, apesar de ser injusto, segundo o próprio governador”.

“Não é preciso muito esforço para perceber que Jorginho se referia ao período em que ambos construíram juntos, Valdemar e Bolsonaro, o partido mais sólido do Brasil, com os resultados históricos do PL nas eleições de 2022”, dizia o posicionamento da gestão catarinense.

Depoimento à PF

Entre explicações, Jorginho Mello agora terá que prestar depoimento à Polícia Federal (PF) para esclarecer sua declaração. A determinação é do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Dessa maneira, para que os fatos sejam apurados, DETERMINO que a Polícia Federal proceda a oitiva do Governador do Estado de Santa Catarina, Jorginho Mello, no prazo de 15 (quinze) dias, para esclarecimentos sobre as suas declarações na entrevista que concedeu ao programa televisivo", determinou Moraes nesta sexta-feira.