Apesar de leilões de até US$ 2 bilhões, dólar sobe com Trump e reunião ministerial no foco
Trump disse que aprovará muitas ordens executivas hoje, prometeu cortar impostos, trazer milhares de fábricas de volta para os Estados Unidos
O dólar chegou a exibir viés de baixa nos primeiros negócios desta segunda-feira, 20, mas passou a subir no mercado à vista. O ajuste é moderado diante da realização de dois leilões de linha (venda com compromisso de recompra) de até US$ 2 bilhões, às 10h20 e às 10h40. Essas operações devem amenizar a liquidez reduzida nesta segunda por incertezas com a posse de Donald Trump como presidente dos EUA e o feriado de Martin Luther King Jr., que fecha as bolsas e mercado de Treasuries no país.
Trump disse no domingo (19) que aprovará muitas ordens executivas hoje, prometeu cortar impostos, trazer milhares de fábricas de volta para os Estados Unidos, e disse que isso será feito através de tarifas. Analistas afirmam que essas políticas são inflacionárias, limitando espaço para corte de juros pelo Federal Reserve neste e nos próximos anos.
No exterior, o índice DXY, que compara o dólar ante seis moedas principais, opera em baixa. O dólar tem sinais difusos ante divisas emergentes, mas subia ante peso mexicano, lira turca e rand sul africano.
Na China, o banco central do país (PBoC) manteve inalteradas a taxa de empréstimo primário (LPR) de um ano em 3,1%, enquanto a taxa de cinco anos ficou em 3,6%. A incerteza sobre as tarifas de Trump e a volatilidade no yuan e nos títulos do governo chinês podem ter influenciado na decisão.
Investidores olham ainda a piora das expectativas de inflação em 12 meses, para 2025 e 2026, no boletim Focus. Além disso, as medianas do relatório para a cotação do dólar no longo prazo continuam subindo e se aproximando da linha de R$ 6,00.
No radar está ainda a primeira reunião ministerial do ano do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que começou pouco depois das 9h. Lula deve cobrar ações concretas das pastas para mostrar à população, já com foco na disputa eleitoral de 2026. O presidente quer uma lista do que será entregue em 2025.
E perto do fim do recesso, três das maiores frentes parlamentares do Congresso agora articulam derrubar no plenário as mudanças feitas pelo petista no texto final da lei que regulamenta a reforma tributária.
Às 9h46, o dólar à vista subia 0,31%, a R$ 6,0849. O dólar futuro para fevereiro ganhava 0,19%, a R$ 6,0985.