DIPLOMACIA

Presidente do México cumprimenta Trump e pede "respeito"

A declaração ocorreu após Trump, em seu discurso de posse, anunciar que declarará "emergência nacional" na fronteira dos Estados Unidos com o México

A Presidente do México Claudia Sheinbaum - Handout / Presidência Mexicana / AFP

A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, cumprimentou, nesta segunda-feira (20), o republicano Donald Trump por seu retorno à Presidência dos Estados Unidos e defendeu uma relação fundamentada no "respeito.

"Como vizinhos e parceiros comerciais, o diálogo, o respeito e a cooperação sempre serão o símbolo da nossa relação", escreveu em uma breve mensagem na rede X.

A declaração ocorreu após Trump, em seu discurso de posse, anunciar que declarará "emergência nacional" na fronteira dos Estados Unidos com o México para impedir "qualquer entrada ilegal" de migrantes, além de prometer deportar "milhões de estrangeiros criminosos".

O presidente recém-empossado também adiantou que assinará um decreto classificando os cartéis de drogas como "terroristas" e anunciou que mudará o nome do Golfo do México para Golfo da América.

Trump, que já ameaçou impor tarifas drásticas ao México, parceiro dos EUA e do Canadá no tratado comercial T-MEC, também cancelou nesta segunda-feira o aplicativo CBP One, usado por migrantes para agendar entrevistas para solicitação de asilo.

Em sua coletiva de imprensa matutina, Sheinbaum declarou que seu governo está preparado para receber mexicanos que sejam deportados dos Estados Unidos.

"Aos nossos compatriotas, quero dizer que, primeiro, vocês não estão sozinhos; e, segundo, que é importante manter a calma e observar como o processo se desenvolve nas próximas semanas", afirmou.

A presidente também anunciou a criação de um auxílio financeiro de 100 dólares (R$ 600) para ajudar os mexicanos deportados a retornarem às suas cidades de origem.

Sheinbaum enfatizou ainda a relevância da força de trabalho mexicana para a economia dos Estados Unidos, destacando que "a administração Trump sabe disso".

O governo mexicano, no entanto, ainda não esclareceu se aceitará migrantes deportados de outras nacionalidades. De acordo com analistas, isso pode ser usado como ferramenta de negociação para neutralizar as ameaças tarifárias de Trump.