OPINIÃO

Homenagem a um herói do Brasil   

Recife, 13 de janeiro de 2025. Seis meses e onze dias após a comemoração dos 200 anos da Confederação do Equador, na sede do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP), estamos aqui, em uma área externa tombada do Forte das Cinco Pontas, celebrando o Bicentenário da Morte do herói brasileiro Frei Caneca, da Ordem do Carmo Calçado. 

A primeira parte da solenidade começou com o acendimento da pira ardente e o hasteamento das bandeiras do Brasil, do estado de Pernambuco e da cidade do Recife, ao som do Hino Nacional. Em seguida, foram colocadas coroas de flores diante da escultura do busto de Frei Caneca, no mesmo chão por onde correu seu sangue, ao ser arcabuzado pelos carrascos do império, no dia 13/01/1825; e finalizou com o sinal do Toque de Silêncio, executado por um corneteiro da Banda da Polícia Militar…

Sob a luminosidade opaca da manhã chuvosa, o semblante e o olhar dos que assistiam à cerimônia revelavam um sutil sentimento de compaixão por Caneca, que teve a sua vida sacrificada pela liberdade, pela democracia e por um futuro melhor para a nova nação.

O evento foi coordenado pelo historiador, professor e sócio do IAHGP George Cabral, a quem coube fazer a saudação ao Bicentenário da Morte de Frei Caneca e à figura do homenageado. 

Na sequência, fizeram pronunciamentos: a vice-governadora de Pernambuco, Priscila Krause; o presidente da Fundação de Cultura da Cidade do Recife, Marcelo Canuto; a presidente da Comissão dos 200 anos da Confederação do Equador, no Senado da República, senadora Teresa Leitão; a sócia e presidente do IAHGP, Margarida Cantarelli; o Grão-Mestre da Maçonaria Pernambucana, Marcos Cabral (sócio do IAHGP); o presidente da Rede de Institutos Municipais Históricos, Harlan Gadelha Filho (sócio do IAHGP); e o deputado estadual Waldemar Borges, autor do Projeto de Lei que instituiu o dia 13 de janeiro como o “Dia Estadual em Memória de Frei Joaquim do Amor Divino Rabelo, o Frei Caneca. 

Em resumo, as palavras proferidas por todos os franqueados foram no sentido de relembrar a história e de enaltecer a vida, as ideias, a luta e o legado do carmelita recifense Frei Caneca, enquanto líder da Confederação do Equador, episódio relatado no artigo “O IAHGP e a Confederação do Equador”, publicado na Folha de Pernambuco (22/07/2024). 

Enfim, é justíssima a homenagem ao herói Frei Caneca, uma verdadeira pessoa de virtudes. Do bem. Corajosa. Seu nome está registrado no Panteão da Pátria (Projeto de Lei do senador Marco Maciel), em Brasília - DF. …Durante a solenidade, foi descerrado um Painel referencial ao homenageado e entregue Medalhas e Diplomas, conforme os critérios estabelecidos. 

Há uma consciência sobre a importância da Confederação do Equador na construção da nação brasileira, do ponto de vista histórico, político e da formação da nacionalidade (a Batalha dos Guararapes foi a raiz), e de que ela refletiu, positivamente, em outras lutas reivindicatórias, na chegada da República e no enfrentamento dos momentos sombrios passados, a exemplo do último, o do período do trágico 8/1/2023.


* Administrador de empresas (UFPE) e cervantista. Autor do livro “Sonho Impossível - O Recife e Cervantes (2004).

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