TRIBUTAÇÃO

Trump adverte que países da UE estarão sujeitos a tarifas aduaneiras

Durante sua campanha presidencial, o republicano já havia denunciado o déficit comercial dos Estados Unidos com o bloco europeu

O presidente dos EUA, Donald Trump - Greg Nash/POOL/AFP

Os países europeus estarão sujeitos a tarifas aduaneiras, "a única maneira" de os Estados Unidos "serem tratados como é devido", assegurou nesta terça-feira (21) o presidente Donald Trump ao denunciar, em coletiva de imprensa, o déficit comercial americano com a União Europeia (UE).

"A UE é muito ruim para nós. Eles nos tratam muito mal. Não aceitam nossos carros nem nossos produtos agrícolas. De fato, não levam grande coisa", declarou Trump. "Assim que são bons para as tarifas", disse.

Durante sua campanha presidencial, o republicano já havia denunciado o déficit comercial dos Estados Unidos com o bloco europeu ao compará-lo com "uma pequena China", que se "aproveita" da maior potência econômica do mundo.

"Temos um déficit comercial com a UE de 350 bilhões de dólares [R$ 2,1 trilhões]", insistiu nesta terça.

"A China é agressiva, mas não é só a China. Outros países também são grandes agressores", ressaltou.

O déficit comercial dos Estados Unidos com a UE chegou a 131 bilhões de dólares (R$ 791 milhões) em 2023, segundo dados do Escritório do Representante Comercial americano (USTR, na sigla em inglês), e se concentra principalmente em quatro países: Alemanha, França, Irlanda e Itália.

Mas as razões variam: o déficit comercial com a Alemanha é principalmente de natureza industrial, enquanto com a Irlanda está vinculado, em grande medida, às sedes europeias de grandes grupos americanos situadas na ilha, que se aproveitam de seu sistema fiscal altamente vantajoso para reduzir seus impostos, tanto no resto da Europa quanto nos Estados Unidos.

Antes de voltar à Casa Branca, Trump já tinha ameaçado o bloco com a imposição de tarifas aos produtos europeus, a menos que a UE aumentasse suas compras de petróleo e gás americanos.

Ele também impôs tarifas a uma série de produtos europeus durante o seu primeiro mandato, em represália pela disputa comercial entre Washington e Bruxelas por seus respectivos subsídios a seus fabricantes aeronáuticos locais, Boeing e Airbus.