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Trump sugere impor novas sanções à Rússia caso país se negue a negociar fim da guerra na Ucrânia

Assessores próximos ao presidente já haviam adiantado, na semana passada, que um amplo plano de sanções estaria sendo desenhado para pressionar Moscou a buscar a via diplomática

Presidente da Rússia, Vladimir Putin (E), aperta a mão do então presidente dos EUA, Donald Trump, em reunião do G20, em 2017 - Saul Loeb/AFP

O presidente dos EUA, Donald Trump, indicou nesta terça-feira que consideraria impor novas sanções à Rússia caso o país se recuse a negociar um possível fim da guerra na Ucrânia, que completa três anos em um mês. Ontem, na posse do republicano, o presidente russo, Vladimir Putin, parabenizou Trump e disse estar "aberto ao diálogo" com o novo líder americano.

Questionado sobre a possibilidade de impor sanções adicionais à Rússia caso Putin não se aproxime da mesa de negociações, Trump disse: “Parece provável”.

 

— Estamos conversando com Zelensky. Vamos conversar com o presidente Putin muito em breve, e veremos o que - como tudo vai acontecer — disse Trump, criticando a União Europeia por não enviar mais ajuda à Ucrânia.

O republicano disse que iria “verificar” se os EUA estariam enviando armas adicionais para a Ucrânia. Sob o governo de Joe Biden, a Casa Branca usou os últimos meses do mandato para enviar o máximo de armamento e fundos para Kiev antes do ex-presidente deixar o cargo. A fala indica que Trump estaria disposto a recuperar parte dos US$ 61 bilhões em financiamentos para a Ucrânia que foram aprovados pelo Congresso em 2024, mas que ainda não foram gastos.

Trump também confirmou que discutiu a guerra no Leste durante uma ligação recente com o presidente chinês, Xi Jinping:

— Ele tem muito poder, assim como nós temos muito poder. Eu disse que vocês [chineses] deveriam resolver isso.

Segundo Trump, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também tem interesse na paz, “mas são necessários dois para dançar o tango", afirmou.

— Vamos ver o que acontece — declarou Trump.

No final de semana passada, já no clima da posse do republicano, a agência Bloomberg informou que assessores de Trump estariam desenvolvendo uma estratégia ampla de sanções para facilitar um acordo diplomático entre Rússia e Ucrânia nos próximos meses.

Antes de deixar o cargo, na sexta-feira, Biden impôs as sanções mais disruptivas ao comércio de petróleo da Rússia já aplicadas por um poder ocidental.

A equipe de Trump está considerando duas abordagens principais, segundo a Bloomberg. Uma envolve medidas de boa-fé para beneficiar produtores de petróleo russos sancionados, caso se acredite que a resolução da guerra esteja próxima, disseram as fontes sob anonimato. Outra opção seria intensificar as sanções, aumentando a pressão para reforçar o poder de negociação.

Scott Bessent, indicado por Trump para o cargo de secretário do Tesouro, afirmou na quinta-feira que apoia o aumento das sanções à indústria petrolífera russa para acabar com a guerra na Ucrânia.

— Eu estarei 100% a favor de aumentar as sanções, especialmente contra grandes empresas petrolíferas russas — disse ele em audiência no Senado.

Os planos da equipe de Trump ainda estão em estágio inicial e dependem do próprio presidente eleito, disseram as fontes. Na semana passada, Trump mencionou a preparação de um encontro com o presidente russo, Vladimir Putin, aumentando as expectativas de negociações para encerrar a guerra.