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França pede para evitar 'escalada' com Argélia em plena tensão

Desde o início de janeiro, a França prendeu vários "influenciadores" digitais argelinos acusados de incitar a violência

O ministro do Interior francês, Bruno Retailleau - Franck Crusiaux/AFP

O governo francês pediu, nesta quarta-feira (22), que se evite uma "escalada" com a Argélia e que as relações com sua antiga colônia retomem o nível de "outros Estados", em um contexto de tensão crescente.

"Ninguém está interessado em uma escalada entre França e Argélia", disse a porta-voz do governo Sophie Primas, que acredita que Argel está atualmente "aumentando as tensões" com a prisão do escritor franco-argelino Boualem Sansal.

"Devemos colocar nossas relações com a Argélia no mesmo nível que com outros Estados", acrescentou Primas, pedindo um "apaziguamento sem ingenuidade".

Embora o presidente francês, Emmanuel Macron, tenha iniciado uma "aproximação" com Argel em 2022 em relação ao "passado colonial", pontos de tensão entre os dois parceiros em questões econômicas e de segurança se acumularam.

Desde o início de janeiro, a França prendeu vários "influenciadores" digitais argelinos acusados de incitar a violência.

O ministro do Interior francês, Bruno Retailleau, conhecido por suas posições muito conservadoras e anti-imigração, anunciou nesta quarta-feira a prisão de um novo "influenciador".

No entanto, o MP de Paris, contatado pela AFP, rapidamente esclareceu que "não há acusações contra a pessoa em questão" e "ele não está atualmente sob custódia policial".

"Somente autoridades judiciais têm o direito de comunicar sobre um processo judicial em andamento (...). Esse vazamento é totalmente prematuro", acrescentou, em uma rara crítica.

Outro ponto de tensão é o Saara Ocidental. Em julho, a França mudou sua posição oficial sobre esta antiga colônia espanhola, cujo futuro, em sua opinião, depende da "soberania marroquina".

A questão deste "território não autônomo", segundo a ONU, é um conflito há meio século entre Marrocos, que controla grande parte dele, e os separatistas saarauís da Frente Polisário, apoiados por Argel.