Paralisação encerrada: ônibus voltam a circular no Grande Recife após pagamento de salários
Liberação de todos os veículos começou por volta das 11h30, após uma manhã marcada por transtornos para a população
Por volta das 11h30 desta quarta-feira (22), todos os ônibus que estavam paralisados em protesto do Sindicato dos Rodoviários começaram a ser liberados. Isso aconteceu porque as permissionárias Borborema, São Judas Tadeu, Pedrosa, Globo, Caxangá e Mobibrasil pagaram o salário quinzenal dos motoristas, atrasado desde a última segunda-feira (20).
Em contato com a Folha de Pernambuco, o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Roberto Carlos, confirmou a informação, e contou um pouco sobre a situação dos trabalhadores. Desde o início, a categoria afirmou que só liberaria a circulação dos ônibus com o pagamento.
"Foi um ato de muita força. Não é mais um negócio de fazer protesto e tirar passageiro de dentro de ônibus. Você imagine ter uma data para receber dinheiro, fazer compromisso, e não receber. Passam três dias e eles ainda querem que o trabalhador rode. Os trabalhadores não têm nada a ver com essa briga. Até fomos tolerantes para aumentar o prazo em mais um dia. A gente se depara com a insatisfação dos trabalhadores, explicou Roberto Carlos, presidente do Sindicato.
Os motoristas confirmaram o recebimento do salário que era para ter sido pago na última segunda (20). O secretário-geral do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco, Carlos Medeiros, confirmou a informação. “O salário está caindo aos poucos para os motoristas. Quem ainda não visualizou o saldo, recebeu o comprovante de pagamento”, informou ele.
A garagem da Borborema possui mais de 200 veículos, de acordo com o motorista da linha Boa Viagem/TI Joana Bezerra, Severino Ramos, de 48 anos. “Gracas a Deus, a situação normalizou. Vamos recomeçar a trabalhar, a partir de agora, graças a Deus. É uma grande conquista”, destacou o trabalhador.
No ato, que começou às 0h desta terça, os principais terminais integrados da região foram impactados, como Joana Bezerra, Macaxeira e Xambá seguem sem circulação de ônibus. O resultado disso é muito prejuízo para a população, que tem que optar por esperar em longas filas, na esperança de algum veículo aparecer, ou optar por transporte por aplicativo - o que pesa mais para o bolso.
O que diz a Urbana-PE
A Folha de Pernambuco procurou a Urbana-PE, que gere as empresas de ônibus, em busca de um posicionamento oficial sobre a questão. Por meio de nota, a entidade afirmou que os pagamentos não foram feitos por conta de atraso do repasse dos subsídios pelo Governo do Estado. A Urbana-PE disse que isso deveria ter sido feito na segunda-feira (20).
"As empresas permissionárias do transporte coletivo foram obrigadas a postergar, de forma excepcional, o calendário de adiantamento salarial para os seus colaboradores, comumente pago no 20º dia de cada mês. Essa medida foi previamente comunicada ao órgão gestor, aos colaboradores das empresas e ao Sindicato dos Rodoviários, respeitando as disposições da convenção coletiva da categoria", explicou o sindicato da classe patronal.
O pagamento aconteceu conforme a Urbana-PE havia confirmado, antes do meio-dia. "A Urbana-PE informa ainda que não medirá esforços para normalizar a operação e garantir a oferta de um serviço essencial à sociedade", completou a entidade.
Por meio de nota, o Grande Recife Consórcio Metropolitano (CTM) também afirmou que autorizou o repasse dos recursos para pagamento.
"O Grande Recife Consórcio Metropolitano informa que comunicou no dia de ontem,21, ao Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE) a autorização do repasse dos subsídios às permissionárias", diz a nota.
Sindicato promete fiscalização
O presidente do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco, Roberto Carlos, comemorou com os profissionais o recebimento dos R$ 1.278, referente à primeira quinzena de janeiro.
“Os motoristas se prepararam para que esse dia chegasse para cumprir com as obrigações financeiras. O costume é que o dinheiro caia no 20º dia de cada mês. O que nos restou foi cruzar os braços para que a parte dos empresários fosse cumprida. Que sirva de lição, porque, se acontecer de novo, os trabalhadores farão a mesma coisa”, prometeu ele.