Indiciado, Bolsonaro diz que acorda todo dia com a sensação de ter a "Polícia Federal na porta"
Em entrevista à canal bolsonarista, ex-presidente relatou receio com os inquéritos a que responde
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta quarta-feira (22), que acorda todos os dias com "a sensação de ter a Polícia Federal" em sua porta. Indiciado em três inquéritos, Bolsonaro relatou receio de se tornar alvo de um mandado de prisão.
Eu acordo todo dia com a sensação da PF na porta. Qual acusação? Não interessa disse Bolsonaro, em entrevista ao canal Auriverde Brasil.
Bolsonaro foi indiciado pela PF nas apurações da trama do golpe, por suposta fraude no cartão de vacinação para viajar aos Estados Unidos e pelas joias da Arábia Saudita.
A mais recente ocorreu em novembro do ano passado, quando a corporação o indiciou por por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
No escopo deste inquérito, seu candidato a vice em 2022, o general Braga Netto, foi preso em dezembro. O argumento para a preventiva se deu por uma tentativa de obstrução das investigações. Ele teria tentado acesso à delação premiada do ex-ajudante de Ordens, Mauro Cid.
Durante a entrevista, o ex-presidente ainda defendeu a atitude tomada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tirar os Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Ele elencou as ações implementadas durante a pandemia da Covid-19 e afirmou, sem provas, que o presidente da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, estaria subordinado ao Partido Comunista Chinês (PCC).
Ele voltou a lamentar não ter ido à posse de Trump. Investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na trama do golpe, Bolsonaro está com o passaporte retido e não conseguiu liberação para viajar ao país vizinho.
O ministro Alexandre de Moraes seguiu o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que defendeu a recusa da solicitação, porque envolveria apenas um "interesse privado".
Eu queria estar nos Estados Unidos para ter essas conversas (com líderes). [...] Nunca pensei em sair do meu país em definitivo. Eu sai lá atrás e poderia ter ficado, eu vou lutar pelo meu país.