Huthis do Iêmen acusam EUA de classificá-los como 'organização terrorista' por apoio aos palestinos
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto para classificar novamente estes insurgentes do Iêmen como "organização terrorista estrangeira"
Os rebeldes huthis do Iêmen acusaram os Estados Unidos, nesta quinta-feira (23), de classificá-los como "organização terrorista" devido ao apoio ao "povo palestino oprimido", por atacarem embarcações que afirmam estar vinculadas a Israel ou que supostamente se dirigem a este país.
"A classificação americana aponta para todo o povo iemenita e sua posição honrosa em apoio ao povo palestino oprimido", afirmou um comunicado dos huthis, citado pelo canal de televisão Al Masirah.
"Reflete o grau de parcialidade da atual administração americana a favor da entidade sionista usurpadora", acrescentou, fazendo referência à Israel.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto para classificar novamente estes insurgentes do Iêmen como "organização terrorista estrangeira", indicou a Casa Branca na quarta-feira.
O ex-mandatário Joe Biden havia retirado este rótulo quando sucedeu Trump em 2021, antes de mais tarde classificá-los como uma entidade "terrorista global especialmente designada", uma definição menos severa que ainda permitia que a ajuda humanitária chegasse ao país devastado pela guerra.
O Irã já havia condenado na quinta-feira a inclusão seus aliados na nova lista, afirmando que era uma decisão "infundada".
Segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baqai, a medida é "um pretexto para impor sanções desumanas contra o povo iemenita", afirmou ele, criticando a decisão "injustificada e sem fundamento" de Washington.
Os rebeldes huthis controlam a capital do Iêmen, Sanaa, bem como grandes áreas do país e, desde o início da guerra em Gaza em outubro de 2023, o grupo lançou dezenas de mísseis e drones contra Israel.
Desde novembro de 2023, os huthis têm realizado ataques contra navios que consideram estar ligados a Israel na costa do Mar Vermelho, alegando agir em solidariedade aos palestinos no contexto da guerra na Faixa de Gaza.
Com estes ataques, o grupo rebelde, que faz parte do "eixo de resistência" do Irã, interrompeu o tráfego no Mar Vermelho e no Golfo de Áden, uma área crucial para o comércio mundial.
Em resposta, os EUA estabeleceram uma coalizão naval multinacional e atacaram alvos rebeldes no Iêmen, por vezes com a ajuda do Reino Unido.