INVESTIGAÇÃO

Navio estrangeiro atraca em Suape após tripulante ser encontrado morto a bordo; PF descarta crime

Estrangeiro nascido em Mianmar morreu de causas naturais, segundo perícias feitas pela polícia

Cabine do tripulante, onde ele foi encontrado morto
Cabine do tripulante, onde ele foi encontrado morto - PF/Divulgação

Um tripulante de 51 anos, nascido em Mianmar, no Sudeste da Ásia, foi encontrado morto a bordo de um navio com bandeira de Hong Kong. Por isso, a embarcação precisou atracar no Porto de Suape, no Litoral Sul de Pernambuco.

Após chegar ao terminal marítimo pernambucano, perícias descartaram ação criminosa na morte do estrangeiro e indicaram que o óbito aconteceu por causas naturais.

O tripulante era contramestre do navio — profissional responsável pela coordenação dos marinheiros do convés e que também pode ser responsável por governar embarcações menores — e foi achado sem vida na manhã de 27 de fevereiro, em sua cabine. O navio atracou em Suape na última quinta-feira (6), por volta das 10h.

O caso foi divulgado pela Polícia Federal (PF) no final do domingo (9). O navio tem cerca de 30 tripulantes e carregava contêineres com materiais diversos, não transportando passageiros.

Relatório da embarcação apontou que o tripulante não havia comparecido para o café da manhã no dia e outros dois tripulantes foram até a cabine dele, que estava fechada.

Ao não conseguirem resposta do contramestre, que também não atendia as ligações feitas, uma chave reserva foi solicitada e, quando a cabine foi aberta, o tripulante foi encontrado morto no chão.

"Confirmada a morte, o corpo foi colocado na câmara frigorífica do navio onde seguiu viagem para o Porto de Suape – haja vista que em virtude do falecimento do contramestre, não haveria mais a possibilidade de um atendimento de urgência em Fortaleza", disse a PF, em nota.

Perícias
Depois de atracar em Suape, foram feitos os procedimentos de saúde pública pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Policiais federais realizaram na embarcação os primeiros procedimentos de investigação e perícia no local para colher indícios para subsidiar as investigações. 

O corpo foi por fim levado para o Instituto de Medicina Legal (IML), onde foi feita perícias para apontar o motivo da morte.

"Após análise de todo o contexto (depoimentos, perícias, exame tanatoscópico) não indicar a existência de qualquer circunstância ou ação criminosa, mas sim por causas naturais a investigação é dada por encerrada", completou a Polícia Federal.

O cadáver do tripulante, ainda segundo a PF, será embalsamado para ser entregue aos parentes do tripulante que moram na China, onde será providenciado seu enterro. 

"As despesas com translado do corpo e com a funerária ficam a cargo dos representantes da embarcação no Brasil", finalizou a PF, acrescentando que depois da retirada do corpo o navio foi liberado pela corporação, pela Anvisa e pela Marinha do Brasil.