SAF: consultor detalha próximos passos entre Náutico e investidores
Fernando Ferreira, da Pluri Consultoria, esteve presente na primeira reunião do Consórcio Timbu com o Conselho Deliberativo do Timbu

As negociações do Náutico com o Consórcio Timbu, que pretende adquirir 90% da ações da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do clube, teve uma atualização na última terça com uma reunião envolvendo os investidores e integrantes do Conselho Deliberativo. Quem também esteve presente foi Fernando Ferreira, diretor da Pluri Consultoria, empresa que assessora os alvirrubros na operação. Em conversa com a Folha de Pernambuco, o consultor destacou quais os próximos passos envolvendo cada lado para dar andamento às tratativas.
“O Náutico precisa de dois recursos emergenciais (dos investidores): o primeiro é para concluir o processo da Recuperação Judicial. A dívida do clube é de R$ 280 milhões e o objetivo inicial é transformá-la em R$ 50 milhões. Para isso, é preciso fazer uma transação tributária, com os investidores fazendo um acordo com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, dando garantias de recursos para assumir o compromisso”, indicou o consultor.
“O outro passo é o futebol. É preciso o time se fortalecer para subir de divisão. Vai precisar de dinheiro. Mas o desafio é de que, uma vez concluída a proposta vinculante, ainda terão as questões do due diligence (análise de patrimônio, finanças e futebol do clube) e do contrato. Os investidores já decidiram que vão antecipar a parte dos contratos para eles ficarem prontos o mais rápido possível, não tendo uma fase demorada. Já vi clubes que levaram oito meses nesse processo”, explicou. Um dos objetivos do grupo é aportar R$ 10 milhões em forma de “empréstimo-ponte” (a ser desconto dos R$ 400 milhões projetados) no Náutico ainda em 2025 em caso de aprovação da proposta no Conselho.
Na reunião, que contou com a presença dos investidores Thiago Ribeiro e Celso Pimenta, do advogado Ruy Junqueira, de Vitor Alves, membro da administração da Flashforward, além do pentacampeão Cafu (de maneira remota), sócio do Consórcio Timbu, ficou definido que os conselheiros terão um prazo de 15 dias corridos para enviar perguntas ao grupo. Em seguida, se inicia o período de cinco dias para as respostas. Após esta etapa haverá uma novo encontro.
“Para colocar os recursos, os investidores precisam ter o mínimo de segurança. Hoje tem apenas a proposta, mas não há SAF constituída ainda. O Náutico ainda é uma associação. É preciso primeiro passar pelo Conselho. Já participei de outras votações do tipo e vi vitórias por unanimidade e outras com brigas mais duras. Vai da cultura de cada clube. É normal ter quem discorde. O que podemos dizer é que esse prazo final não pode se prorrogar. Já vi exemplos em que houve uma demora e os investidores desistiram. Não digo que é o caso de agora, mas em geral não há tanto tempo para esperar uma resposta”, apontou.
Em caso de aprovação no Conselho Deliberativo, a proposta terá de ser enviada para a Assembleia Geral de Sócios. Os investidores apresentaram projeções para o clube nos próximos anos. Alguns pontos em destaque são o retorno à Série A do Campeonato Brasileiro até 2029, reforma e modernização dos Aflitos, presença do Náutico entre os cinco clubes nordestinos mais bem colocados no ranking da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e na lista dos 20 maiores em categorias de base no Brasil.