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Dividendo recorde é resposta aos investidores, diz presidente da Eletrobras

Companhia vai distribuir R$ 4 bilhões aos acionistas em relação ao resultado de 2024

Eletrobras - Divulgação

O presidente da Eletrobras, Ivan Monteiro, disse que a proposta recorde de distribuição de dividendos é uma resposta aos investidores.

A companhia informou ontem que vai distribuir R$ 4 bilhões em referência ao resultado de 2024, maior que os R$ 1,296 bilhão pagos em 2023.

A Eletrobras registrou um lucro líquido de R$ 10,381 bilhões em 2024. O número representa uma alta de 136,2% em relação ao ano anterior.

No quarto trimestre do ano passado, o lucro líquido foi de R$ 1,112 bilhão, uma alta de 24,5% em relação ao terceiro trimestre.

"Essa proposta de distribuição recorde de dividendos é a nossa resposta aos investidores desde os mais sofisticados, passando pelo pequeno acionista, bem como os mais de 300 mil CPFs que utilizaram seus FGTS e investiram durante o processo de privatização na compra de ações da Eletrobras", disse Monteiro em conferência com analistas na manhã desta sexta-feira.

Acordo com a União
No fim de fevereiro, a Eletrobras e a União concluíram um acordo no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo fim da ação judicial sobre a participação do governo federal no Conselho de Administração após a privatização da companhia.

O governo terá mais cadeiras no colegiado e, em contrapartida, a Eletrobras deixa de ter a obrigação de aportar recursos para a construção da Usina de Angra 3, que teve uma decisão adiada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

Redução de custos
Após a privatização da companhia, no governo de Jair Bolsonaro, ficou estabelecido que nenhum acionista teria voto superior a 10% mesmo com percentual maior de ações.

No caso do governo, a União tem 40% dos papéis. Com isso, o governo foi ao STF questionando a proibição aos acionistas da Eletrobras de exercerem seus votos.

Pelo acordo, a União poderá indicar três dos dez integrantes do Conselho de Administração e um dos cinco representantes do Conselho Fiscal da empresa.

Antes, o governo tinha direito a um representante no colegiado, que contava com nove cadeiras.

Em fevereiro, a empresa aprovou a ampliação do número de assentos do conselho para dez.

A receita bruta da empresa foi de R$ 47,725 bilhões em 2024. O número representa uma alta de 7,3% em relação ao ano anterior.

A companhia destacou ainda a redução de custos. Em 2024, houve queda de cerca de R$ 4 bilhões nos empréstimos compulsórios, número que chega a R$ 12,5 bilhões se considerada a gestão de passivos desde 2022. As despesas com Pessoal, Material, Serviços e Outros (PMSO), tiveram redução de 18% desde 2022. 

Redução de 27% no número de funcionários
Em apresentação, a empresa informou que reduziu o número de empregados em 27%, passando de 10.508, em junho de 2022, para 7.710, em dezembro de 2024.

"A gestão de pessoas teve avanços decisivos com a aprovação do acordo coletivo de trabalho em todas as bases do Brasil e a vinculação da remuneração dos profissionais ao desempenho da empresa, com salários alinhados ao mercado", disse a companhia. 

A Eletrobras, disse em comunicado, seguirá investindo em ritmo elevado e ampliará os esforços para que o foco em clientes ganhe relevância em suas operações.

Segundo ele, a consolidação das transformações pós-privatização permitirá que a gestão da empresa dê ênfase cada vez maior no crescimento e ganhos de eficiência nos próximos anos.