Exército reúne especialistas, no Recife, em debate sobre mudanças climáticas no Nordeste
Jornada aconteceu na sede do Comando Militar do Nordeste, no Curado

As consequências das mudanças climáticas na Região Nordeste e as implicações para a Defesa foram o tema da I Jornada de Estudos Estratégicos, promovida pelo Comando Militar do Nordeste (CMNE).
A roda de conversa aconteceu no Auditório do Quartel-Forte dos Guararapes, na sede do CMNE, bairro do Curado, Zona Oeste do Recife, durante esta quarta-feira (2).
A jornada contou com a participação de autoridades civis e militares, assim como convidados do Governo de Pernambuco e dos setores produtivo e acadêmico.
Foram discutidos os grandes desafios das mudanças climáticas para a Defesa Nacional, levando em consideração os cenários mundial e nordestino, com foco em Pernambuco, bem como as estratégias necessárias de mitigação e adaptação.

O comandante militar do Nordeste, General Maurilio Miranda Netto Ribeiro, explicou que a Defesa tem interesse em ampliar o envolvimento da sociedade para discutir o assunto. Ele disse ainda que o Exército Brasileiro contribui com esforços para também mitigar impactos causados pelas mudanças climáticas.
“Entendemos que é muito importante que esse debate e esse diálogo sejam cada vez mais incrementados, envolvendo todos os setores da sociedade, para que a gente possa dar a maior pronta resposta possível para a nação, seja preventivamente ou na reação aos eventos decorrentes das mudanças climáticas, que são indesejáveis para todos nós”, afirmou.
Painéis
O primeiro tema discutido foi "A emergência climática e os desafios para o Nordeste brasileiro: para onde estamos indo?". Quem comandou a discussão foi a professora Francis Lacerda, do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
No início da apresentação, Francis fez um balanço lembrando que janeiro de 2025 foi o mês mais quente, com uma temperatura média do ar na superfície de 13,23 ºC, 0,79 °C acima da média de janeiro de 1991-2020.
“Uma nação pronta para o clima é uma nação próspera. O Brasil pode se tornar um país onde a nossa economia, comunidades, ecossistemas são resilientes às secas, inundações, ondas de calor e incêndios florestais. A escolha é nossa!”, disse ela, incentivando os presentes a pesquisarem e, sobretudo, cuidarem do planeta.
Logo após, o foco foi "O impacto das mudanças climáticas no emprego futuro das forças armadas", sob o comando do coronel Helder de Barros Guimarães, doutor e assessor de Meio Ambiente do CMNE.
Ele enfatizou que o setor de Defesa apoia e fornece auxílio pronto para a população durante os eventos de emergências climáticas, que podem afetar tanto os que trabalham nessas ações quanto quem sofre na ponta com as adversidades.
Guimarães também mostrou documentos que mostram o posicionamento do Brasil e de outros países ante o assunto.
O professor Thomas Kiss, líder do hub ODS do Pacto Global da ONU em Pernambuco, e o doutor Paulo Gama, diretor de Negócios do Instituto Avançado de Tecnologia e Inovação (Iati), discursaram sobre "Inovação e engajamento empresarial: o papel do setor privado na transição energética e na resiliência climática do Nordeste".
"O papel do setor privado, independentemente do seu tipo de negócio, deve levar em conta a inovação tecnológica para auxiliar na transição energética e na melhoria do meio ambiente", argumentou Gama.
A última palestra tratou dos "Reflexos das mudanças climáticas no Nordeste brasileiro, em particular, no Estado de Pernambuco". Ana Luiza Ferreira, secretária estadual de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha, esteve à frente do painel.
“O Governo de Pernambuco está extremamente engajado no diálogo muito produtivo com o Exército. É um tema que impacta bastante, e não encerraremos nunca o diálogo para que a gente encontre as melhores soluções para Pernambuco”, frisou a secretária.
O que protege a Defesa Nacional?
- 8,5 milhões de km² de Território (5° maior);
- 16.865 km de Fronteiras (3° maior);
- 10 países limítrofes;
- Litoral de 7.491 Km;
- 208 milhões de habitantes;
- 3,5 milhões de km² de Mar Territorial;
- 22 milhões de km² para o cumprimento de acordos internacionais;
- 588 municípios;
- Amazônia Legal.