Padre Arlindo fala em crimes e é censurado

Padre Arlindo afirma que a violência na região vem aumentando há cerca de dois anos e que já foram feitas passeatas pedindo segurança

Jarbas Vasconcelos - Arthur Mota/Arquivo Folha

 

A violência em Tamandaré, no Litoral Sul do Estado, levou o pároco da cidade, o Padre Arlindo Junior, a denunciar a violência e fazer um apelo ao poder público. Em áudio, acusa o subcomandante da Polícia Militar, o coronel Adalberto Ferreira, de ter orientado a não falar sobre a violência em Tamandaré, para não prejudicar o turismo. “Esses cargos de coronéis são para sustentar o sistema. E ele mesmo olhar para um padre e dizer ‘não fale a verdade, fique calado para não espantar os veranistas’ é um absurdo”, dispara o religioso.

Padre Arlindo afirma que a violência na região vem aumentando há cerca de dois anos e que já foram feitas passeatas pedindo segurança. Ele também criticou a condução política da segurança pública: “Todos nós sabemos que se você conhece alguém com influência, um cargo politico, uma posição que tem um destaque, um pedido a pessoa sai de tenente para capitão. Pessoas extremamente competentes passam anos sem promoção porque não têm peixe. Aqui no Interior, em Tamandaré está morrendo gente. E hoje morreu mais um para estatística”.

Por meio de nota, a PM afirmou que, na semana passada, o pároco foi recebido pelo comandante e pelo subcomandante da corporação. Foram acertadas providências como a troca de viaturas e a realização de um novo encontro em que serão tratadas estratégias para melhorar o policiamento ostensivo no município. E que 4.537 promoções de Praças e 265 de Oficiais da PM foram realizadas desde 2015.