Aplicativo Waze planeja sistema de caronas
Para um dos criadores da companhia, onde houver mais densidade, será mais fácil de achar viagens similares
Silvio Costa entrega documento no Palácio - Arthur Mota/Folha de Pernambuco
Um dos criadores do Waze, o popular navegador de trânsito, o israelense Noam Bardin, 45, diz que o aplicativo vai começar a ajudar a organizar caronas e o trânsito em dias de muita chuva, além de ‘fazer parte’ dos carros novos, com sistema Android. Ele também diz que é relativo considerar que uma rota passa por área perigosa e que ‘entra muita política’ em marcá-la como insegura. Em sua primeira visita ao Brasil, Bardin, que preside a empresa, vendida para o Google em 2013, fala de parcerias com governos pelo mundo, das dificuldades dos futuros carros autônomos e sobre o porquê de tantas startups surgirem em Israel.
Governos
Fazemos parcerias de compartilhamentos de dados com Secretarias de Transportes pelo mundo, como Nova York, Paris e no Rio de Janeiro. Os governos sabem quando uma maratona será feita ou obras vão fechar uma avenida e temos os padrões e os percursos dos motoristas, e esses, o poder de comunicar. Não vendemos esses dados para os governos, é uma situação em que os dois lados ganham.
Polícia
Também temos parcerias com as polícias de Nova York e de Los Angeles. Se o Obama visita a cidade, eles só anunciam cinco minutos antes por onde a comitiva vai passar. Nosso sistema é rápido em avisar.
Rotas perigosas
Há regiões consideradas perigosas em todo o mundo, em Israel, em Chicago e no Brasil. Fizemos uma experiência piloto no Rio de Janeiro, indicando áreas com alta taxa de criminalidade, mas não é algo fácil de fazer. O que é um lugar perigoso? Para quem vive nesse lugar e o conhece bem, talvez não seja. Entra muita política aí em marcar um lugar como inseguro.
Compartilhamento
Estamos trabalhando para desenvolver o sistema de caronas e de corridas compartilhadas (‘carpool’). A grande maioria dos motoristas viaja sozinho, o que é um desperdício econômico. Temos 70 milhões de usuários, imagine a quantidade de carros que podemos tirar das ruas. Vocês têm rodízio aqui, claramente há como saber quem mora perto de você e vai para o mesmo destino. Por que não vai com o vizinho? Pelo Facebook, podemos saber quem são seus amigos e conhecidos. Onde houver mais densidade, será mais fácil de achar viagens similares.
Desperdício
Um carro é usado apenas 4% do tempo. É ineficiente. Imagine o consumo de energia e a poluição. Como nos ensinou o Airbnb (serviço que usuário aluga apartamentos ou quartos, como hospedagem), temos muitas propriedades que podemos compartilhar.
Android no carro
Para 2017, estamos trabalhando com sistemas Android no carro, em que você conecta o celular e tudo aparece na tela do veículo. Em tempo real, poderemos saber onde chove, onde alagou, as câmeras que vão nos indicar onde você precisa reduzir a velocidade. A maioria dos novos carros oferecerá essa possibilidade.
Carro autônomo
Ainda estamos a muitos anos de ter carros totalmente autônomos, sem motoristas. Ainda estamos a muitos testes e a bilhões de quilômetros rodados para que as autoridades possam licenciar.
Sucesso de Israel
Não há políticas de incentivo a startups ou empreendedores, o governo de Israel é tão ruim quanto qualquer outro. E nossas escolas, para o dinheiro que recebem, não oferecem o retorno investido. Mais que governo ou escolas, o que acho que temos é uma cultura que valoriza demais o aprender. Os pais investem muito, em tempo e dinheiro, para que os filhos aprendam mais. Buscam privadamente o que o governo não oferece.
Serviço militar
O serviço militar é obrigatório em Israel, então você encontra gente de todo tipo por lá. Há unidades de inteligência e de tecnologia, e os melhores e mais brilhantes acabam tendo experiências do mundo real lá, além de gerenciar projetos grandes muito antes de qualquer universitário. Dito isso, eu não participei de nenhuma grande operação, e nem era ‘nerd’ quando adolescente. Gostava mesmo de andar de bicicleta. Mas aprendi disciplina e trabalho em equipe nas Forças Armadas, sem dúvida.
Falta escala
O empreendedor em países como EUA e China pensa, no mínimo, em atingir 100 milhões de consumidores. No Brasil, vocês podem pensar em produtos só para o público brasileiro, que não viaja tão bem. Mas, se você é de Israel, ou da Finlândia, ou da Suécia, você não tem como crescer com seu mercado interno. É muito escasso. Tampouco somos bons em criar grandes empresas.
Foco
Nosso foco é no motorista de carro. Nem em ônibus, nem nos pedestres, outros já fazem isso bem. Temos muito que melhorar. Estamos trabalhando para saber em que faixas os táxis podem circular, alguns podem usar os corredores de ônibus. Os casos de mudança do limite de velocidade.
Publicidade
Nossa publicidade cresceu muito conhecendo o nosso usuário, sabendo o contexto de quem dirige. Não servem vídeos, nem comércio eletrônico no Waze. Mas é bom saber que postos de gasolina você tem no caminho, onde há uma lanchonete ou um café por perto, e onde comprar fraldas, algo que quem tem criança pequena, sempre precisa.
Governos
Fazemos parcerias de compartilhamentos de dados com Secretarias de Transportes pelo mundo, como Nova York, Paris e no Rio de Janeiro. Os governos sabem quando uma maratona será feita ou obras vão fechar uma avenida e temos os padrões e os percursos dos motoristas, e esses, o poder de comunicar. Não vendemos esses dados para os governos, é uma situação em que os dois lados ganham.
Polícia
Também temos parcerias com as polícias de Nova York e de Los Angeles. Se o Obama visita a cidade, eles só anunciam cinco minutos antes por onde a comitiva vai passar. Nosso sistema é rápido em avisar.
Rotas perigosas
Há regiões consideradas perigosas em todo o mundo, em Israel, em Chicago e no Brasil. Fizemos uma experiência piloto no Rio de Janeiro, indicando áreas com alta taxa de criminalidade, mas não é algo fácil de fazer. O que é um lugar perigoso? Para quem vive nesse lugar e o conhece bem, talvez não seja. Entra muita política aí em marcar um lugar como inseguro.
Compartilhamento
Estamos trabalhando para desenvolver o sistema de caronas e de corridas compartilhadas (‘carpool’). A grande maioria dos motoristas viaja sozinho, o que é um desperdício econômico. Temos 70 milhões de usuários, imagine a quantidade de carros que podemos tirar das ruas. Vocês têm rodízio aqui, claramente há como saber quem mora perto de você e vai para o mesmo destino. Por que não vai com o vizinho? Pelo Facebook, podemos saber quem são seus amigos e conhecidos. Onde houver mais densidade, será mais fácil de achar viagens similares.
Desperdício
Um carro é usado apenas 4% do tempo. É ineficiente. Imagine o consumo de energia e a poluição. Como nos ensinou o Airbnb (serviço que usuário aluga apartamentos ou quartos, como hospedagem), temos muitas propriedades que podemos compartilhar.
Android no carro
Para 2017, estamos trabalhando com sistemas Android no carro, em que você conecta o celular e tudo aparece na tela do veículo. Em tempo real, poderemos saber onde chove, onde alagou, as câmeras que vão nos indicar onde você precisa reduzir a velocidade. A maioria dos novos carros oferecerá essa possibilidade.
Carro autônomo
Ainda estamos a muitos anos de ter carros totalmente autônomos, sem motoristas. Ainda estamos a muitos testes e a bilhões de quilômetros rodados para que as autoridades possam licenciar.
Sucesso de Israel
Não há políticas de incentivo a startups ou empreendedores, o governo de Israel é tão ruim quanto qualquer outro. E nossas escolas, para o dinheiro que recebem, não oferecem o retorno investido. Mais que governo ou escolas, o que acho que temos é uma cultura que valoriza demais o aprender. Os pais investem muito, em tempo e dinheiro, para que os filhos aprendam mais. Buscam privadamente o que o governo não oferece.
Serviço militar
O serviço militar é obrigatório em Israel, então você encontra gente de todo tipo por lá. Há unidades de inteligência e de tecnologia, e os melhores e mais brilhantes acabam tendo experiências do mundo real lá, além de gerenciar projetos grandes muito antes de qualquer universitário. Dito isso, eu não participei de nenhuma grande operação, e nem era ‘nerd’ quando adolescente. Gostava mesmo de andar de bicicleta. Mas aprendi disciplina e trabalho em equipe nas Forças Armadas, sem dúvida.
Falta escala
O empreendedor em países como EUA e China pensa, no mínimo, em atingir 100 milhões de consumidores. No Brasil, vocês podem pensar em produtos só para o público brasileiro, que não viaja tão bem. Mas, se você é de Israel, ou da Finlândia, ou da Suécia, você não tem como crescer com seu mercado interno. É muito escasso. Tampouco somos bons em criar grandes empresas.
Foco
Nosso foco é no motorista de carro. Nem em ônibus, nem nos pedestres, outros já fazem isso bem. Temos muito que melhorar. Estamos trabalhando para saber em que faixas os táxis podem circular, alguns podem usar os corredores de ônibus. Os casos de mudança do limite de velocidade.
Publicidade
Nossa publicidade cresceu muito conhecendo o nosso usuário, sabendo o contexto de quem dirige. Não servem vídeos, nem comércio eletrônico no Waze. Mas é bom saber que postos de gasolina você tem no caminho, onde há uma lanchonete ou um café por perto, e onde comprar fraldas, algo que quem tem criança pequena, sempre precisa.