Brechós conquistam consumidores

Setor atrai desde amantes de peças antigas até quem busca roupas em bom estado e mais baratas

Prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PR) - Matheus Britto/PJG

 

Brechós, antiquários e bazares já foram sinônimo de coisa velha e sem estilo. Mas essa ideia ultrapassada está ficando para trás. Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o segmento cresceu 210% nos últimos cinco anos e passou a atrair consumidores descolados, adeptos dos estilo vintage, além dos especialistas em antiguidades. Hoje já são 11 mil estabelecimentos do ramo espalhados por todo o País. E no caso dos bazares e brechós, os compradores podem economizar até 80% em relação às lojas tradicionais.

Paulo Moreira herdou a atividade do avô, ou seja, representa a terceira geração da família a trabalhar com antiquários. Segundo o empresário, até mesmo em períodos de crise o mercado é muito procurado. “Quem vai até o antiquário não procura peças quebradas ou sem valor. Estão em busca de objetos com história, sentimento e valor econômico”, afirmou Moreira, proprietário do antiquário Casa Antiga. E para levar uma peça do acervo, o interessado tem que desembolsar um valor mínimo de R$ 100.

“Quando assunto é antiquário, não existe limite de gasto. O valor desembolsado depende do interesse e do gosto do comprador”, comentou Paulo.

Populares nos Estados Unidos e na Europa, os brechós e bazares ganham cada vez mais o gosto dos brasileiros. E quem confirma esse interesse é Elizabeth Teixeira. Há 12 anos no mercado, a empresária não sentiu a crise nos negócios. “Com o dinheiro curto, muita gente vem ao brechó buscando uma roupa de qualidade, mesmo que de segunda mão”, afirmou Elizabeth, proprietária do Camarim Brechó. Para ela, o preço é um dos grandes atrativos para quem garimpa peças com estilo. “Com o valor pago por uma peça numa loja de departamento é possível levar duas ou três no brechó”, disse. Ela revela que, na época em que abriu a loja, investiu cerca de R$ 5 mil na estrutura física e no estoque.

A maioria dos empreendedores têm histórias curiosas para contar. Quando recebeu uma mala cheia de roupas da filha, que ia viajar, Zena Castro não imaginava que ia abrir seu próprio negócio. “Não sabia o que fazer com aquelas roupas. Comecei a vender com familiares e amigos. Depois percebi que poderia aumentar minha rede de contatos e vender mais. Depois disso, resolvi abrir o brechó”, confidenciou Zena, que abriu há dois anos o negócio batizado com seu nome. O investimento inicial foi de apenas R$ 2.500.

A empreendedora Rafaela Pontes entrou no ramo de bazar há um ano e tem um faturamento médio de R$ 17 mil. “Morei em Salvador e lá era muito comum fazer esses encontros. De vender e compras roupas das amigas. Mas percebi que aqui não é comum. Por isso, comecei a promover as ações”, comentou Rafaela, que usa as redes sociais para divulgar o bazar. O Escambau Bazar e Mercado Criativo é outra experiência que já está dando frutos. Instalado ao lado do Biruta Bar, no Pina, o espaço incentiva a sustentabilidade e também utiliza as redes sociais para mostrar as novidades.