Bons de corrida e em paz com as redes adversárias
Os velocistas do "Trio de Ferro" fizeram jus à alcunha e estão voando baixo.
Eles não chegaram com a missão de serem goleadores de seus respectivos clubes. Não são centroavantes e nunca se notabilizaram por muitos tentos marcados. O “negócio” deles era usar a velocidade a fim de abrir espaço para os companheiros. No passado, atuavam mais como coadjuvantes, peças que servem para auxiliar o grande nome de um time. Mas, em 2016, eles ganharam mais notoriedade. No Sport, Rogério divide com Diego Souza a meta de ajudar o Sport na luta contra o rebaixamento. Com Grafite em baixa, o Santa Cruz teve em Keno o seu destaque na reta final da temporada - embora sua ajuda não tenha sido suficiente para tirar o time da Z4. No Náutico, Rony tornou-se titular absoluto, artilheiro do clube na Segundona e válvula de escape do ataque alvirrubro. Os velocistas fizeram jus à alcunha e estão voando baixo.
Quem não tem “9”, caça com Rogério
Desde a época em que atuou no Náutico, Rogério ficou conhecido por duas características opostas. A boa era sua velocidade, um pesadelo para os defensores. A ruim estava justamente quando o atleta ficava de frente para o gol. A falta de capricho nas finalizações era o calcanhar de Aquiles do atacante. Mas ele trabalhou, treinou e procurou aprimorar o fundamento. Foi o último atleta da função que desembarcou na Ilha do Retiro. E não demorou para virar titular absoluto. Em 21 jogos, balançou seis vezes as redes adversárias e se tornou vice-artilheiro do Leão, atrás apenas de Diego Souza. Nenhum centroavante tem um desempenho tão positivo. Talvez por isso não tenha sido uma grande surpresa o atleta ter assumido a função de “9” no Leão, ficando à frente de opções como Edmilson, Túlio de Melo, Vinícius e Ruiz. A meta de Rogério é marcar 10 gols no Brasileirão. E tem como inspiração ninguém menos do que o maior nove da história do Brasil: Ronaldo.
Mirou em Grafite, acertou Keno
“Quem será o grande jogador do Santa Cruz na Série A 2016?” Dez entre cada dez tricolores teriam certeza absoluta de que a resposta seria Grafite. O início da competição corroborou para essa tese. O centroavante começou voando, sendo destaque na fase “líder” do Santa. Assim como a presença no topo, a maré boa do camisa 23 durou pouco. Ele viveu um jejum de gols e passou a ser o símbolo de um time que decepcionou na fase final. Em contrapartida, um atacante que era cobrado pelo baixo número de gols começou a deixar sua marca com mais frequência. Veloz, de certa habilidade e com um faro de gol acima do que o próprio imaginava, o atacante Keno foi um dos poucos que conseguiu se valorizar apesar da pífia campanha do clube no Brasileirão. Nem mesmo Grafite obteve tal feito. O desempenho chamou tanta atenção que o atleta vestirá a camisa do Palmeiras na próxima temporada, clube que briga pelo título do Nacional deste ano.
Motor que acelerou o Timbu
De “ineficaz nas finalizações” a “melhor jogador do Nordeste”. A primeira afirmação reunia o pensamento de parte dos torcedores do Náutico quanto ao aproveitamento do atacante Rony. A segunda, uma declaração do técnico Givanildo Oliveira. Entre a crítica e o elogio, está a evolução. O jogador sempre teve a velocidade como principal qualidade, mas sabia que era preciso mais para conseguir continuar entre os titulares do Timbu. Nas últimas rodadas, o jogador passou a calibrar o pé. Foi extremamente decisivo na sequência de vitórias que colocou o clube no G4 da Série B do Campeonato Brasileiro e segue como válvula de escape no setor. E quem diria que o atacante que era criticado por perder gols hoje é o artilheiro do Alvirrubro, com dez gols. Rony foi o motor que acelerou o Náutico na competição.