Senai investe R$ 55 milhões em complexo de formação profissional

Recursos estão sendo usados na construção de um complexo para desenvolver mão de obra altamente qualificada no Estado

Novo complexo do Senai no Recife - Mandy Oliver/Folha de Pernambuco

A fim de promover a formação da indústria 4.0 no Brasil, o Senai está investindo R$ 55 milhões na construção de um complexo que vai desenvolver projetos e formar a mão de obra necessária para a modernização dos parques fabris nacionais. E é em Pernambuco que a ação está sendo executada. A obra acontece em um terreno de 22,5 mil metros quadrados da Avenida Norte, ao lado do Senai e da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), em Santo Amaro.

“O alvo é o aumento da competitividade da indústria pernambucana e brasileira, através da ampliação da cultura da inovação entre o empresariado”, contou o diretor do chamado Instituto Senai de Inovação para Tecnologias da Informação e Comunicação (ISI-TICs), Sérgio Soares. Ele explicou que, apesar das grandes companhias nacionais já apostarem na tecnologia como uma forma de aperfeiçoar os seus processos produtivos, as pequenas empresas do setor industrial ainda não têm muito contato com a inovação. “Por isso, vamos chegar junto desses segmentos” prometeu.

Soares argumentou ainda que levar novas técnicas para o parque fabril é fundamental para o crescimento do setor. “Com a tecnologia, é possível ganhar eficiência. Dá para fazer o mesmo que se faz hoje usando menos recursos ou fazer mais com a mesma estrutura e ainda identificar desperdícios. É, então, uma forma de melhorar os processos produtivos e até criar novos produtos”, falou, dizendo que, além de ampliar a indústria já existente, quer criar novos negócios industriais com a tecnologia e, por isso, também vai trabalhar forte com startups.

O diretor explicou ainda que o Senai conta com 25 institutos de inovação no Brasil.

Desses, o único que trata de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) fica em Pernambuco devido à representatividade do ecossistema de tecnologia local. O projeto foi fundado em 2013, mas, até então, funciona em um espaço improvisado da escola técnica que a entidade do Sistema S mantém no bairro de Santo Amaro, na capital pernambucana. Só agora, com a obra em questão, o projeto vai ganhar um edifício próprio e poderá ser ampliado.

“Agora, vamos colocar o instituto em uma estrutura adequada. Com isso, vamos ter uma infraestrutura melhor. Teremos, por exemplo, laboratórios temáticos de internet das coisas e mobilidade urbana”, disse Sergio. Para ter uma ideia, hoje o instituto conta com 25 funcionários e, desde 2013, executou 54 projetos de inovação industrial que somam R$ 23 milhões. Com o novo prédio, porém, o número de colaboradores vai subir para 150, ampliando também a capacidade de execução de projetos. Segundo o diretor, esses projetos devem ser negociados pelas empresas interessadas e carecem de financiamento.

A própria obra conta com apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Afinal, são 200 profissionais trabalhando na obra, que deve ser concluída dentro de um ano, em outubro de 2018.

Faculdade de Tecnologia será ampliada
A obra também vai possibilitar a ampliação da Faculdade de Tecnologia Senai Pernambuco, que hoje conta com dois cursos técnicos e três pós-graduações voltadas para a atividade industrial. A expectativa é que a oferta de graduações praticamente dobre com o novo prédio. Com isso, o número de alunos da unidade de ensino pode passar de 150 para 800.

“Nós planejamentos uma ampliação na oferta do ensino superior, tanto em cursos técnicos quanto em pós-graduações. E os novos cursos virão para fortalecer a indústria 4.0”, contou a diretora da faculdade, Cristina Barbosa. Ela explicou que o desenvolvimento do setor industrial não passa apenas pela inclusão de técnicas inovadoras nos parques fabris, mas também pela participação de profissionais qualificados de acordo com as necessidades deste novo cenário tecnológico. “Vamos precisar de uma massa crítica maior, com um pensamento mais amplo no tocante a inovação”, concluiu.

Por isso, a faculdade também vai passar a contar com novos laboratórios. Entre os assuntos que serão abordados, estão a automação e a manufatura integrada. “São temas que permeiam a nossa indústria e vão contribuir para a estruturação da indústria 4.0”, disse Cristina, contando que o número de laboratórios deve passar de 30.