Cultura usada como suporte essencial
Nem todos conseguem fazer intercâmbio ou mesmo viajar para o exterior para praticar.
Era uma manhã de sexta-feira na ETE Miguel Batista, mas quem chegasse por lá poderia imaginar que estava num congresso dos países da América Latina. O I Festival Anglo-Hispânico ocorria em homenagem a Frida Kahlo (1907-1954) e, numa réplica da Casa Azul, onde a pintora mexicana morou com o marido Diego Rivera (1886-1957) e fincou as bases da sua arte, o estudante Rudson Silva, 19, do 3º B Redes, recebia o visitante.
Ele rememorava a trajetória de Frida com desenvoltura. “Estudo Redes de Computação, nada a ver com artes, né? Mas gostei muito de aprender mais sobre Frida. São coisas que abrem a nossa cabeça”, disse. Samara Porto havia se fantasiado de Frida e também discorria sobre como, a partir do acidente automobilístico que definiu sua vida, a pintora construiu sua trajetória artística. “A gente aprendeu sobre Frida e sobre a cultura mexicana e pôde trazer um pouco do México para cá. É interessante ter esse conhecimento, porque a gente está sempre focado nos nossos cursos e o cotidiano na escola é sempre de muita correria. Essa foi uma pausa boa”, comentou.
Carla Verônica Muniz é a professora de Espanhol e Artes e foi uma das idealizadoras do festival. Formada em Pedagogia e há 23 anos lecionando na rede estadual de ensino, ela ressalta a proposta de “trabalhar o jovem cidadão em sua interdimensionalidade” tendo a cultura como suporte essencial: “Na escola, os alunos têm aulas de duas línguas estrangeiras, inglês e espanhol. Pensamos no festival para os alunos conseguirem vivenciar melhor, através da cultura, a língua hispânica. Nem todos conseguem fazer intercâmbio ou mesmo viajar para o exterior para praticar. Nada melhor do que interculturalidade”.