É legítimo o PSB ter candidato, mas quem?

O vice-governador de SP vai defender uma aliança do PSB com o PSB para apoiar Alckmin para presidente

Unidade Básica de Saúde - Luciano Ferreira / PCR

O prefeito reeleito Geraldo Júlio, ainda no calor da vitória para o segundo mandato no Recife, antecipou-se a outros líderes do PSB e defendeu que o partido lance candidato próprio à Presidência da República em 2018. Dois dias depois ganhou um aliado no PSB de Pernambuco, o deputado federal Danilo Cabral, que pensa exatamente da mesma forma. Ambos entendem que o partido deve mostrar novamente a cara na sucessão de Michel Temer, apresentando um projeto alternativo ao do PSDB, do PT, do PDT e da Rede. Do ponto de vista da legitimidade e de tática eleitoral, nada a reparar sobre esse projeto. O problema é encontrar esse candidato, já que o partido ficou sem seu maior líder após a morte de Eduardo Campos. Um nome de peso seria o vice-governador de São Paulo, Márcio França. Mas ele vai assumir o governo em 2018 com a desincompatibilização do governador para defender, “por dentro”, a aliança PSB-PSDB.

O vice-governador de SP vai defender uma aliança do PSB com o PSB para apoiar Alckmin para presidente

A hora do “bote” ainda não chegou
Por ter sido tesoureiro do PSB nas gestões de Arraes e Eduardo Campos, e ter amigos na secção de Pernambuco como o senador Fernando Bezerra Coelho, por exemplo, o vice-governador Márcio França ainda não deu sinais de que pretende “tirar” daqui para levar para SP o controle nacional do partido. Esse debate só será aberto, internamente, em 2017, quando se der a troca do diretório e da executiva nacionais.

Descolamento > Se alguém ainda tinha dúvida de que o senador Armando Monteiro (PTB) está em processo de “deslocamento” do PT, é bom arquivar esse ponto de vista. Foi o próprio quem confirmou que nunca teve “alinhamento ideológico” com os petistas, e sim “político”, por força das circunstâncias.

Sacrifício > Eventual aliança do PSB com o PSDB, em nível nacional, para apoiar Alckmin para presidente, “sacrificaria” a candidatura do ministro Bruno Araújo à sucessão de Paulo Câmara.
Torcida > Embora seja tucano de origem, Bruno Araújo, em sendo candidato a governador, teria a simpatia de muitos prefeitos eleitos pelo PSB, entre os quais Débora Almeida, de São Bento do Una.
Intervenção > Núcleo de “arraesistas” históricos entrou em ação para tentar convencer Antonio Campos a cessar suas críticas ao PSB e aos familiares do seu irmão, Eduardo, mas até agora não obteve êxito.

Transição > Embora a Lei Complementar Estadual 260/2014 defina como deve se processar a transição entre o prefeito em final de mandato e o que se elegeu agora em outubro, muitos dos que vão sair em 31/12 criaram suas comissões de transição, como manda o figurino, mas estão sonegando informações.
Cobrança > Por não integrar a “elite” de Olinda, o prefeito eleito Professor Lupércio (SD) será mais cobrado que os seus antecessores. O povo resolveu dar uma chance a um “filho de Olinda”, que nasceu pobre e foi, no passado, viciado em drogas, para que ele faça uma gestão moderna e inovadora. A conferir.
Azar > O delegado da PF Ângelo Gioia assumiu o comando da SDS num dos momentos mais críticos da segurança pública em Pernambuco. O medo espalhou-se por todo o Estado porque raro é o dia em que não ocorre assalto a ônibus e explosão de agências bancárias. Isso não se resolve apenas com declaração de intenções. É preciso reforçar a área de inteligência das duas Polícias e dar-lhes melhores condições de trabalho, e isso só se faz com dinheiro.