Tragédia da Tamarineira: justiça nega pedido da defesa motorista continuará no Cotel
O advogado de João Victor havia pedido à Justiça que a prisão fosse revertida de "preventiva" para "domiciliar", alegando necessidades médicas
O réu João Victor Ribeiro de Oliveira Cabral, motorista que causou a morte de três pessoas em colisão no bairro da Tamarineira, na Zona Norte do Recife, em novembro passado, continuará preso no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) negou, nesta sexta-feira (15), pedido do advogado do motorista para que a prisão fosse revertida de "preventiva" para "domiciliar", alegando que João Victor precisaria de assistência médica.
O pedido foi negado pelo MPPE após o parecer do promotor André Rabelo. De acordo com Rabelo, "não há amparo legal para aceitar o pedido". "A defesa não apresentou nenhuma justificativa que comprovasse a incapacidade do réu. Minha avaliação foi baseada no histórico dele que desde 2014 possui várias multas no Detran por excesso de velocidade e imprudência no trânsito e a família nunca tomou providência", esclareceu o promotor.
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O juiz Ernesto Bezerra Cavalcanti, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, acompanhou o parecer da promotoria e negou a transferência de João Victor do Cotel para sua residência. "Mesmo que houvesse a comprovação de sua incapacidade mental ou de qualquer outra natureza, isso não isenta ninguém de arcar com a responsabilidade do que ocorreu. Ele possui senha bancária, fazia curso superior, dirigia o carro da família, ou seja, era totalmente capaz de suas funções", completou André Rabelo.
Entenda o caso
João Victor Ribeiro, 25 anos, conduzia um Ford Fusion em alta velocidade e acabou avançando um sinal vermelho no cruzamento da Rua Cônego Barata com o início da Estrada do Arraial, atingindo uma Toyota RAV4, onde estavam o advogado Miguel Arruda da Motta Silveira Filho, de 46, e Maria Emília Guimarães, 39, com os dois filhos e a babá Roseane Maria de Brito Souza, de 23, no último dia 26 de novembro. Morreram na hora Maria Emília e a babá Roseane, que estava grávida de três meses. O filho mais novo do casal, Miguel, de 3 anos e 11 meses não resistiu aos ferimentos e faleceu no dia seguinte ao acidente.
Quase duas semanas depois da colisão, o advogado Miguel Filho, de 46 anos, recebeu alta no último domingo (10), do Hospital Santa Joana, no Recife. A filha, Marcela Guimarães da Motta Silveira, 5, segue internada na UTI pediátrica do mesmo hospital. A paciente se encontra em estado grave, mas já respira de forma espontânea.