Acusados de matar Artur Eugênio usavam celular dentro do Cotel para coagir testemunhas

Cláudio Amaro Gomes e seu filho, Cláudio Amaro Gomes Júnior, tiveram o pedido de habeas corpus negado pelo STJ

A Cura - Divulgação

Apontados pela polícia como mandantes do assassinato do médico Artur Eugênio de Azevedo Pereira, em maio de 2014, Cláudio Amaro Gomes e seu filho, Cláudio Amaro Gomes Júnior, estariam utilizando celulares dentro do Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, para coagir testemunhas do caso. É o que revela o despacho de número 2016.0696.000329, publicado no último dia 12, pelo Superior Tribunal de Justiça, que nega o pedido de habeas corpus aos acusados.

De acordo com o documento, pai e filho utilizaram, pelo menos, dois aparelhos celulares para ameaçar as testemunhas. Prática que “infringe as normas do sistema carcerário, além de, indiretamente, inibir as testemunhas e, claramente, interfere nas investigações".

Ainda segundo o registro, ao qual a Folha de Pernambuco teve acesso, Cláudio Amaro Gomes teria "ordenado uma testemunha para reunir duas mil pessoas em frente ao Cotel, para protestar por sua inocência". A morte de Artur Eugênio, de 36 anos, teria sido encomendada pelos mandantes como queima de arquivo, após o médico ter descoberto irregularidades cometidas por Cláudio Amaro Gomes. Além disso, Cláudio e Artur tinham divergências profissionais.

Além de pai e filho, Lyferson Barbosa da Silva e Jailson Duarte Cesar são apontados como executores do crime, que teria valido entre R$ 50 e R$ 100 mil. Artur foi arrastado por dois homens na entrada do prédio onde morava, em Boa Viagem. Seu corpo foi encontrado com marcas de tiro na BR-101, em Jaboatão dos Guararapes. O carro do médico foi queimado e abandonado em Guabiraba, na Zona Norte do Recife.