PSDB não tem boa vontade com Temer

Aécio Neves e Geraldo Alckmin não queriam José Serra no Ministério das Relações Exteriores nem Bruno Araújo na pasta das Cidades

Monster Trucks - Divulgação

O PSDB está para Temer como o PMDB esteve para Dilma. Sem o apoio dos tucanos, o governo Temer não existirá, assim como sem o apoio do PMDB o da ex-presidente virou pó. Os tucanos entraram no governo a contragosto porque não queriam assumir compromisso com um projeto no qual não acreditam. Por isso Aécio Neves e Geraldo Alckmin se opuseram à ida de Serra para o Ministério das Relações Exteriores e à de Bruno Araújo para a pasta das Cidades. Só depois que levaram uma reprimenda do ex-presidente FHC é que mudaram de opinião. Agora, contudo, querem tutelar o presidente dizendo que ele fez concessões que não deveria na questão do reajuste dos servidores públicos e que está demorando demais a enviar ao Congresso o projeto de reforma previdenciária. No fundo eles desconfiam que Temer sonha com a reeleição em 2018 e querem estar com um pé fora do governo para, se necessário, caírem fora.

O fantasma da reeleição

Com a autoridade de quem foi secretário-geral do Ministério da Justiça na gestão do pernambucano Fernando Lyra, o advogado José Paulo Cavalcanti Filho avalia que o governo Michel Temer “começou mal” porque o presidente ainda não declarou, taxativamente, que não será candidato à reeleição em 2018. E enquanto não assumir este compromisso, diz o advogado, o governo não terá paz.

Plano B > João Paulo de Lemos (e não Rangel como se divulgou ontem), o candidato do PSB à prefeitura de Gravatá, está convencido de que o ex-prefeito Joaquim Neto (PSDB) não será candidato por suposto enquadramento na Lei da Ficha Limpa e já está na expectativa do anúncio do candidato que o substituirá.

Aperto > O ex-deputado Carlos Lapa prevê uma disputa acirrada em Carpina entre seu irmão Joaquim (PTB) e o deputado Manoel Botafogo (PDT), ficando o prefeito Carlinhos do Moinho (PSB) em 3º lugar.

Defecção > Mesmo tendo perdido o apoio do vice, Henrique Filho (PR), que resolveu disputar a prefeitura, o prefeito de Vitória, Elias Lira, juntou 13 partidos para apoiar o seu candidato Paulo Roberto (PSD).

Espaço > Priscila Krause (DEM) não está aproveitando bem o seu limitadíssimo tempo de TV (17 segundos). O uso desse espaço nobre para falar sobre as vantagens da energia solar não lhe deu um voto.

Dilema > Elias Gomes (PSDB), prefeito de Jaboatão dos Guararapes, está num dilema. Não sabe se deva priorizar a campanha do filho, Betinho (PSDB), à prefeitura do Cabo, ou a do vice Heraldo Selva (PSB) à sua sucessão. Betinho, segundo pesquisa do Ipespe, perde hoje para Lula Cabral (PSB) por 51% x 29%.

Palpite > Do deputado Sílvio Costa sobre a eleição do Recife: “Bobagem dizerem que num eventual 2º turno entre Geraldo Júlio (PSB) e João Paulo (PT) os eleitores de Daniel Coelho (PSDB) e Priscila Krause (DEM) não votariam no petista. Ora, os eleitores do PSDB e do DEM não querem Geraldo já no 1º”.

Grito > Militantes de movimentos sociais vão aproveitar hoje o “Grito dos Excluídos” para empunhar a bandeira do “Fora Temer” e das “Diretas Já”. O presidente tem base congressual suficiente para aprovar o que bem entender no Congresso Nacional. Contudo, deve agir rapidamente para aprovar, pelo menos, a reforma da Previdência, que seria o seu grande legado. Do contrário, pode sair tão impopular quanto Sarney saiu em 1989.