Brasil x Argentina: um clássico para lavar a alma no palco do 7 a 1

A partida também marcará o duelo de Neymar contra Messi

Messi tem a missão de recolocar a Argentina no G4 das eliminatórias - OMAR TORRES / AFP

No dia 8 de julho, de 2014, no Mineirão, a seleção pentacampeã mundial caiu no fundo do poço. Dois anos e meio depois da humilhação do 7 a 1 diante da Alemanha na final da Copa do Mundo, o Brasil volta ao Gigante da Pampulha para receber a Argentina e tentar reconquistar de vez a confiança do torcedor.

Embalados com as quatro vitórias em quatro jogos sob o comando de Tite, Neymar e companhia encaram os 'Hermanos' como líderes das eliminatórias sul-americanas, diante de um adversário que conta com o retorno de Lionel Messi para sair do marasmo. Os dois craques do Barcelona chegaram juntos a Belo Horizonte no jatinho do brasileiro, mas serão adversários nesta quinta-feira no duelo de maior rivalidade no continente, no qual ambas as seleções tentarão espantar os fantasmas do passado.

Destinos cruzados

Se o Brasil tenta até hoje curar as feridas do 7 a 1, paira sobre a Argentina a sombra de 1970. Enquanto a 'amarelinha' escrevia uma das páginas mais belas da sua história, com a conquista do tri no México e um time considerado um dos maiores da história, a 'Alviceleste' ficou fora da competição pela primeira e única vez.

Se as eliminatórias acabassem hoje, com o sexto lugar e apenas 16 pontos em dez rodadas, Messi e companhia estariam fora do Mundial na Rússia. O destino dos 'Hermanos' parece estar mais do que nunca nas mãos no craque do Barça. Com o camisa 10 em campo, foram três vitórias em três jogos, a última no dia 1º de setembro, em outro clássico, contra o Uruguai. Messi fez único gol da vitória por 1 a 0 e a Argentina assumiu a liderança. 'La Pulga', porém, desfalcou a equipe nas últimas três rodadas por lesão, e os comandados de Edgardo Bauza somaram apenas dois pontos, com direito à derrota em casa para o Paraguai (1-0).

Caíram para o mesmo sexto lugar no qual se encontrava o Brasil antes de Tite assumir o comando e deixar a seleção na liderança, com 100% de aproveitamento, 12 gols marcados e apenas um sofrido.

O ex-treinador do Corinthians, porém, sabe muito bem que enfrentar a Argentina com Messi é outra história. "Hoje, ele é o melhor do mundo", reconheceu. "Sua qualidade é diferente, na minha opinião, é o melhor jogador da atualidade. Por isso temos que fazer uma partida perfeita. Se cometer um erro mínimo, ele pode driblar, caçar a bola ou fazer um gol", concordou Marquinhos, do Paris Saint-Germain, que será responsável para marcar o craque, além de Angel Di Maria, seu companheiro de clube no Paris Saint-Germain. "A rivalidade não diminui só porque vários jogadores brasileiros atuam com argentinos em seus clubes. Existe o respeito por sermos companheiros, mas agora, eles estão do outro lado e queremos ser melhores do que eles para ganhar o jogo", completou.

'Limpar o nome da seleção'


Fiel aos seus valores de "transparência" e coerência", palavras que sempre costuma repetir em entrevistas, Tite vai escalar um time sem surpresas, com o retorno de Marcelo, que perdeu as últimas duas partidas por lesão, e Neymar, suspenso contra a Venezuela (2-0). Desta forma, Philippe Coutinho, em fase esplendorosa voltará a ter a confiança do treinador para atuar na ponta direita, no lugar de Willian.

Para Bauza, a situação não é das mais fáceis. Tirando Messi, que está voando baixo desde que voltou de lesão, os outros nomes consagrados do time, como Agüero ou Di María, vêm sendo contestados, tanto na seleção quanto com seus clubes. Do lado brasileiro, o jogo terá um sabor diferente para Marcelo e Paulinho, titulares no 7 a 1, que também devem começar jogando no clássico de quinta-feira.

Toda convocação que tem eu digo assim: "Vou tentar limpar o meu nome, vou tentar limpar o nome da Seleção. E todos que estavam nessa semifinal pensam a mesma coisa", confessou Marcelo em entrevista ao programa Esporte Espetacular, da TV Globo. "Eu não estava em campo, mas estava ali como torcedor, como brasileiro. Perdemos todos, a nação inteira. Podemos mudar o futuro agora", indagou por sua vez Renato Augusto.

Dois anos e meio depois, a história será escrita mais uma vez no Mineirão.  O passado também estará presente, com a homenagem a, Carlos Alberto Torres, o 'Capita' falecido no fim do mês passado. Nesta quinta-feira, quem usará a braçadeira será outro lateral direito, Daniel Alves, com a menção "eterno capitão', além de trocar o número 2 da camisa pelo 4, que era de Carlos Alberto na campanha do tri.

Prováveis escalações:

Brasil: Alisson - Dani Alves, Miranda, Marquinhos, Marcelo - Fernandinho, Paulinho, Renato Augusto - Philippe Coutinho, Neymar e Gabriel Jesús. T: Tite.

Argentina: Romero - Zabaleta, Otamendi, Funes Mori, Mas - Enzo Pérez, Biglia, Mascherano, Di María - Messi e Higuaín. T: Edgardo Bauza.