Juros para pessoas físicas caem pela primeira vez em 2 anos, diz associação
Queda é reflexo do corte da Selic na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central)
A taxa média de juros cobrada de pessoas físicas caiu em outubro pela primeira vez em 24 meses, de acordo com levantamento da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) divulgado nesta quinta-feira (10).
A queda é reflexo do corte da Selic na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) e da melhora das expectativas para a economia brasileira, segundo Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor da associação.
O juro médio nos empréstimos a pessoas físicas recuou de 8,24% em setembro para 8,20% em outubro, o que ainda equivale a uma taxa de 157,47% ao ano.
Das seis linhas de crédito analisadas pela Anefac, cinco tiveram redução em outubro. A única que subiu foi cheque especial, que passou para 12,51% ao mês (311,43% ao ano), a maior taxa desde março de 1999.
No cartão de crédito, a taxa caiu para 15,39% (457,21% ao ano) em outubro.
O diretor da Anefac diz que a tendência é que o BC continue a reduzir os juros básicos, considerando a melhora das expectativas de inflação e da situação fiscal. Isso reduz o "custo de captação dos bancos possibilitando novas reduções das taxas de juros nas operações de crédito", afirma em comunicado.
Apesar disso, Oliveira vê possibilidade de novas altas nos juros para consumidores, por causa do cenário econômico do país que pressiona os índices de inadimplência, considerando o desemprego em níveis recordes.
PESSOA JURÍDICA
Os juros médios cobrados de empresas se mantiveram estáveis em 4,81% ao mês em outubro, o que equivale a 75,72% ao ano. Duas das três linhas de crédito analisadas tiveram aumento nas taxas.
A taxa de desconto de duplicatas avançou para 3,27% ao mês. A conta garantida passou para 8,47% ao mês em outubro. No capital de giro, os juros subiram para 2,70% ao mês em outubro.