[Vídeo] Cano-mestre estoura e inunda casas em Olinda

Quatro famílias moravam no local; Compesa prometeu amparar

Cano-mestre estoura e inunda casas em Olinda - Cortesia

Duas casas foram inundadas no início da manhã deste sábado (17), após o rompimento de um cano-mestre de 500 milímetros da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), na rua Cala dos Pântanos, em Jardim Atlântico, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR).

Quatro famílias moravam nas residências e foram surpreendidas pelo estouro da tubulação. Apesar do susto, ninguém ficou ferido. A Compesa informou em nota que os imóveis foram construídos irregularmente sobre as tubulações e próximos a um reservatório responsável pelo abastecimento de 150 mil pessoas na região.

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O dono das casas, Jadir Teixeira, informou à reportagem da Rádio Folha 96,7 FM que não sabia da existência do cano-mestre no local. "O cano estourou de repente umas 5h40 e uma inquilina minha, que mora embaixo, ficou com a água pelo pescoço. Meu irmão conseguiu arrombar a porta e tirar ela de lá com uma criança no colo. A nossa sorte é que não teve nenhuma vítima fatal". Segundo Jadir, a Compesa chegou ao local apenas duas horas depois, mas prometeu amparar as famílias.

"A Compesa se responsabilizou de alugar quatro imóveis para as famílias para poder amparar a gente. Estamos esperando eles resolverem, pois é tudo responsabilidade deles", disse. A Defesa Civil de Olinda também foi acionada e fez uma vistoria rápida no local. "Eles disseram que vão interditar o imóvel e que não tenho condições de recuperá-lo. Inclusive a casa do meu irmão, que é ao lado, vai ser também interditada, pois pode ceder a qualquer momento", completou Jadir.

Em nota, a Compesa afirmou que assim que os técnicos tomaram conhecimento do ocorrido, fecharam os registros para conter a água. "Equipes técnicas e social foram ao local do acidente para prestar toda a assistência aos moradores atingidos. Esses profissionais estão providenciando a remoção das famílias prejudicadas e adotando os procedimentos de coleta de dados e fotografias para a abertura do processo jurídico para o pagamento dos prejuízos aos moradores".

A empresa disse ainda que a área técnica já está adotando as providências necessárias para o início dos reparos da tubulação e assim retomar a distribuição de água para Jardim Atlântico e parte dos bairros de Rio Doce e Jardim Fragoso, que tiveram o abastecimento suspenso. Ainda não há condições, neste momento, diz a Compesa, de informar a previsão para a conclusão dos trabalhos.

O engenheiro da Defesa Civil Anderson Borba apresentou o laudo da vistoria. "Foram duas casas atingidas. Uma infelizmente temos que condenar, pois não tem condições de recuperação da estrutura, nem manutenção. A segunda ainda tem possibilidade de recuperação", afirmou.

Susto
A inquilina Mirian Maria de Oliveira contou como aconteceu. "Eu não sei bem como aconteceu, porque estava dormindo. Me acordei com aquela explosão, não sabia nem o que era. Quando coloquei os pés no chão, a água já tinha inundado a casa toda. Não tinha vazão, a água encheu muito rápido. Corri para o quarto do meu menino, desliguei a energia. O guarda-roupa tinha virado e a água continuava subindo. Chegou no meu pescoço, machuquei minha mão batendo em um vidro", relatou.

Mirian diz como fez para tentar salvar sua vida e do seu filho. "Eu não sei nadar e ele ia morrer também. Coloquei ele em cima do sofá, que tava boiando e saí batendo no vidro para quebrar e a água sair um pouco. A água era muito forte, tanto que abriu uma cratera enorme no meio da sala. Se eu não morri, foi primeiramente Deus, e por causa do vizinho que abriu a porta com uma marreta. A casa já tinha cedido. Eu tentei abrir a porta, mas não consegui e ele abriu com a ferramenta", finalizou.