Com sanção presidencial, Garanhuns vai ter Universidade

À pedido, Unidade Acadêmica de Garanhuns será desmembrada da Universidade Federal Rural de Pernambuco e, emancipada, vai se tornar Universidade Federal do Agreste

Unidade Acadêmica de Garanhuns, UAG
Unidade Acadêmica de Garanhuns, UAG - Reprodução

O Projeto de Lei 5272/16, que cria as Universidades Federais do Agreste de Pernambuco (Ufape) e do Delta do Parnaíba (UFDPar, desmembramento da Universidade Federal do Piauí, UFPI), aprovada pela Câmara dos Deputados esta semana, seguiu para sanção presidencial e, se concretizada, pode significar a ampliação do raio de alcance do ensino superior do País.

Aqui em Pernambuco, a criação da Ufape desmembra a atual Unidade Acadêmica de Garanhuns (UAG), no Agreste de Pernambuco, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), transferindo automaticamente cursos de todos os níveis, alunos regularmente matriculados e cargos ocupados e vagos do quadro de pessoal, inclusive docentes. A UAG tem 13 anos e foi a primeira expansão universitária do Brasil.

Segundo o vice-reitor da UFRPE, Marcelo Carneiro Leão, o desmembramento foi um desejo da própria UAG, decidido internamente pela comunidade acadêmica em plebiscito e com pedido encaminhado à reitoria da Rural e aprovado pelo conselho universitário. "O que perderemos de receita (com o desmembramento) também eliminaremos nas despesas", disse Carneiro Leão, sobre eventuais ônus econômicos para a instituição.

A partir da aprovação da emancipação, a nova universidade ficará por três anos sob a tutela da Rural até chegar à autonomia plena, como aconteceu com a Universidade do Cariri, desmembrada da Universidade Federal do Ceará (UFC). "Convidamos o reitor da Universidade do Cariri para uma reunião com a UAG. Uma coisa é o funcionamento de uma Unidade, outra é se tornar uma Universidade", comentou o vice-reitor da Rural. O modelo dessa tutoria ainda será discutido, mas incluirá questões administrativas e acadêmicas.

A UFRPE engloba, além do campus do Recife (no bairro de Dois Irmãos), o colégio agrícola em São Lourenço da Mata, as Unidades Acadêmicas de Serra Talhada (Sertão) e do Cabo de Santo Agostinho (Mata Sul), além das unidades experimentais espalhadas em vários municípios pernambucanos. Já a Unidade de Belo Jardim (Agreste), que deve começar a funcionar no início de 2019, deve passar a compor a futura Ufape.

Cargos
As duas novas universidades contaão com recursos do orçamento da União, como auxílios e subvenções concedidos por entidades públicas e particulares; receitas eventuais por serviços prestados; convênios, acordos e contratos celebrados com entidades e organismos nacionais e internacionais; e outras receitas eventuais.

Para o quadro de pessoal da Ufape, são criados 600 cargos de professor e 893 cargos do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (628 de nível intermediário classe D e 265 cargos de nível superior classe E).

No quadro dirigente, são criados 8 cargos CD-2; 13 CD-3; 39 CD-4; 37 FG-1; 70 FG-2; 151 FG-3; 50 FG-4; e 43 FUC-1. O reitor e o vice-reitor ocuparão, respectivamente, os cargos CD-1 e CD-2.

O Senado não apresenta um impacto orçamentário da criação da Ufape, mas, assim como ocorre com a UFDPar, sua implantação dependerá de dotação específica no orçamento da União.

Outra novidade no texto dos senadores é a permissão de provimento parcial dos cargos e funções. O saldo da autorização e das respectivas dotações deverá constar de anexo da lei orçamentária correspondente ao exercício em que forem criados e providos esses cargos.