Daniel com carta-branca para formar um novo PPS

Jungmann interrompeu a amizade que tinha com Roberto Freire desde a década de setenta

Inaldo Sampaio - Colunista

O deputado Roberto Freire transferiu seu domicílio eleitoral para São Paulo há cerca de uma década, sem abrir mão de continuar como presidente nacional do PPS e permanecer influindo nos rumos do partido em Pernambuco. Ele o ministro Raul Jungmann sempre atuaram em dobradinha. O que um fazia o outro referendava, mantendo uma relação que se iniciou ainda na década de 70 quando ambos militavam no então clandestino PCB. A relação começou a desgastar-se quando Freire pediu exoneração do Ministério da Cultura e Jungmann resolveu ficar no Ministério da Defesa. Freire decidiu sair após o vazamento do áudio da conversa entre Michel Temer e Joesley Batista em que o presidente da República fazia um apelo ao empresário goiano para manter a ajuda financeira que vinha dando (“tem que manter isso aí, viu?”) ao ex-deputado Eduardo Cunha. Agora o rompimento se consumou. Freire acertou com o deputado Daniel Coelho sua entrada nos quadros do partido, com o direito de ficar na presidência do diretório estadual e levá-lo para a oposição, sem ouvir os companheiros de Pernambuco. Jungmann classificou a atitude do “senhor presidente” de autoritária, pouco transparente e antidemocrática, e em solidariedade aos companheiros de Pernambuco desligou-se do partido junto com o presidente regional Manoel Carlos e o presidente do diretório do Recife Felipe Ferreira Lima. A saída do trio deixou o campo aberto para que Daniel Coelho monte uma nova executiva com quadros de sua confiança.

Bolsonaro quer um vice do PR
Bolsonaro deseja que seu vice seja alguém do PR para ampliar seu tempo de TV. A 1ª opção é Magno Malta (PR-ES). Mas para que essa aliança seja feita é preciso o aval da cúpula do PR, com quem o senador não tem uma boa relação. A 2ª opção é alguém do Nordeste, onde os quadros do partido são escassos. O PR da BA não tem interesse, e nem tampouco o de PE.

O silêncio > Por proposta de Romário Dias (PSD), a Assembleia Legislativa fez ontem um “minuto de silêncio” como reprovação aos ministros Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso pela troca de insultos na última quarta-feira no plenário do STF.

Na estrada > Enquanto o PT não decide se lança ou não candidato próprio ao Governo do Estado, a vereadora Marília Arraes continua se mexendo. Hoje à noite estará no Cabo para receber o título de cidadã.

Novo irmão >
“Ganhei um irmão”, confessa o vice-prefeito de Jaboatão, Ricardo Valois (PR), sobre sua “fraterna relação” com o prefeito Anderson Ferreira (PR). Os dois só se conheceram na campanha e se identificaram tanto que até parece que são amigos de infância.

Sem palanque > Alckmin terá “palanque” forte em SP (João Dória) e MG (Antonio Anastasia), mas continua frágil no Nordeste. Bruno Araújo não quer ser candidato a governador de PE, Cássio Cunha Lima não quer ser na PB, nem Tasso Jereissati no CE. Todos são do PSDB.

Coisas da política > Anteontem, quando João Vicente Goulart, filho do ex-presidente João Goulart, desembarcava no Recife para lançar sua candidatura a presidente da República pelo PPL, Lula era recebido com protestos em São Borja (RS), terra de Jango e de Getúlio Vargas.