EUA acusam Ortega e primeira-dama pela violência em Nicarágua

Washington revogou ou restringiu a concessão de vistos a funcionários nicaraguenses que tenham qualquer relação com a repressão aos protestos ou atos de violência.

Daniel Ortega e Rosario Murillo, presidente e vice da Nicarágua - Marvin Recinos/ AFP

A violência que atinge a Nicarágua nos últimos meses e que já deixou 350 mortos é responsabilidade do presidente Daniel Ortega e de sua mulher e vice-presidente, Rosario Murillo, afirmou a Casa Branca em um comunicado nesta segunda (30). "Ortega e Murillo são responsáveis em última instância pelos grupos paramilitares favoráveis ao governo e que brutalizaram seu próprio povo", afirma a nota.

Ortega reagiu acusando Washington de financiar as manifestações opositoras, mas admitiu que seu governo tem ligação com os paramilitares que perseguem os manifestantes.

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Em sua nota, a Casa Branca cita as medidas adotadas a respeito da repressão na Nicarágua, em especial a sanção a três funcionários nicaraguenses, passo que considera "o início e não o fim de potenciais sanções". Além disso, Washington revogou ou restringiu a concessão de vistos a funcionários nicaraguenses que tenham qualquer relação com a repressão aos protestos ou atos de violência.

Segundo o documento, a Casa Branca pediu a devolução de automóveis que foram doados à Polícia Nacional da Nicarágua e que teriam sido utilizados na repressão.
Nas semana passada, a Câmara de Representantes dos Estados Unidos havia defendido mais sanções contra o governo Ortega.