Acervo de Lula Cardoso Ayres vai ser catalogado pela Fundaj

Mais de sete mil itens do material fotográfico do artista visual Lula Cardoso Ayres foram adquiridos pela instituição e ficarão disponíveis para o público

Após processo de tratamento e catalogação, obras serão disponibilizadas - Malu Didier/Ascom Fundaj

Após 31 anos da morte de Lula Cardoso Ayres, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) adquiriu o restante de sua coleção. Agora, o acervo conta com 7.169 documentos, que, após o tratamento, higienização e catalogação, serão disponibilizados para o público.

Para quem não conhece o trabalho do artista plástico, são dele os murais do Aeroporto Internacional dos Guararapes/ Gilberto Freyre e do Cinema São Luiz. Ele foi o pioneiro em usar a arte para criar cenografia teatral e ainda participou dos primórdios do design gráfico, criando embalagens de produtos.

A coordenadora geral do Centro de Estudos da História Brasileira da Fundaj, Betty Lacerda, conta que a aquisição dos documentos é fundamental pela própria riqueza das fotos em si, mas também pelas temáticas que Lula abordava, envolvendo o universo nordestino. "São documentos únicos e originais de 1930 a 1960, que carregam uma sensibilidade inigualável, sem falar da qualidade, que é extraordinária", comenta.

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Segundo Lula Cardoso Ayres Filho, filho do artista, a Fundaj é a única instituição com condições de dar os cuidados necessários aos documentos, além de ser um ponto de referência nacional em pesquisa iconográfica. Ele - que desde o falecimento do pai ficou responsável pela conservação do material - afirma que a instituição vai fazer, com mais qualidade técnica, esse trabalho. “Espero que, dentro da grandeza da Fundaj sobre políticas culturais, o público possa ter um conhecimento cada vez maior sobre o trabalho do meu pai".

Ainda não existe uma previsão de quando o acervo ficará disponível para o público. No entanto, Betty Lacerda destacou que Lula Cardoso Ayres Filho liberou a livre disponibilização do conteúdo na internet.

   Acervo

A Fundaj já tinha uma pequena parte desse acervo que, em 2017, foi usado para o livro “Lula Cardoso Ayres - Fotografia”, publicado pela Companhia Editora de Pernambuco. Agora, ao total, são 7.149 itens, sendo 3.425 negativos e diapositivos e 3.724 ampliações em papel. “Ter esse acervo é um importante trabalho de resgate. Ele vai constituir-se como patrimônio pernambucano e daqui, vai para o mundo", completa a coordenadora da Fundaj.