Polícia dá detalhes sobre o dia do feminicídio da engenheira Patrícia Cristina; Veja o vídeo da coli

O inquérito que investigou a morte de Patrícia Cristina foi remetido ao MPPE nesta terça-feira (27)

Laudo aponta que a batida foi por aceleração. “Não teve sinal de freio”, diz o delegado Diego Acioli - Paullo Allmeida

Pais da engenheira de sistemas Patrícia Cristina, 46, pediram para filha não se encontrar com o ex-marido, momento antes dele assassiná-la. A informação foi repassada em coletiva, nesta quarta-feira (28), pelo delegado à frente do caso, Diego Acioli, titular da 1ª Delegacia de Homicídios do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), que reafirmou as informações dadas em matéria da Folha de Pernambuco, sobre o feminicídio da gerente de TI.

Guilherme José de Lira Santos, 47, está preso preventivamente desde o dia 17 de novembro e a partir dos laudos periciais ficou comprovado a intenção do representante farmacêutico em matar sua ex-companheira.

Após a conclusão do inquérito, o delegado indiciou o representante farmacêutico por homicídio doloso duplamente qualificado por motivo torpe e feminicídio. Ainda segundo Acioli, Guilherme José utilizou o carro como arma para cometer o crime. A colisão ocorreu no último dia 4 de novembro, no bairro da Boa Vista, área central do Recife. O carro onde estava Patrícia não apresentava qualquer defeito mecânico e não havia marcas de freio na pista, afirma laudo de peritos criminais.

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O casal, que estava separado há pelo menos seis meses, tinha dois filhos, um de 12 e outro de 14 anos. No feriadão de Finados, os filhos ficaram com o pai e Patrícia viajou com amigas para a praia de Porto de Galinhas. No domingo 4 de novembro, o representante farmacêutico deixou as crianças na casa dos avós maternos, como haviam combinado. Os pequenos, quando entraram, disseram que o pai estava querendo falar com a mãe. Os avós e familiares desaconselharam ela a descer para encontrar Guilherme, mas Patrícia resolveu ir ao encontro do ex-marido.

Assim que entrou no carro, Guilherme deu partida. Com o portão aberto, ele não teve dificuldades em sair com o veículo do prédio. Noventa metros depois o carro colidiu na árvore a uma velocidade média de 70 km/h, em um movimento acelerado, de acordo com os peritos. A velocidade máxima na via era de 40 km/h.

A partir de imagens de segurança, os peritos constataram que o condutor acelerou o carro ao longo do percurso na direção da árvore, e no momento da colisão, fez uma leve mudança de direção para a esquerda, fazendo com que toda a batida fosse no lado onde Patrícia estava.

Ainda foi constatado pelos peritos que Patrícia estava sem o cinto uma vez que, quando ocorre alguma batida, se o cinto estiver engatado, ele não volta à sua posição inicial. O cinto de Patrícia estava normal, diferente do de Guilherme que tinha indícios de estar preso na hora da batida.