Marta vota rodeada por equipe e alfineta Doria

À imprensa, ela disse estar confiante de sua ida ao segundo turno e reiterou sua experiência na prefeitura

Aline Frazão - Divulgação/Dinis Santos

A senadora Marta Suplicy (PMDB) chegou às 10h05 deste domingo (2) para votar no colégio Madre Alix, no Jardim Paulistano, acompanhada do marido, Marcio Toledo. Estavam presentes o vice de sua chapa, Andrea Matarazzo (PSD), o presidente municipal do PMDB, José Yunes, e membros da equipe da candidata peemedebista.

À imprensa, ela disse estar confiante de sua ida ao segundo turno e reiterou sua experiência na prefeitura. "Quem foi que teve a experiência de administrar em crise financeira? Fui eu, que governei com a cidade arrasada", disse.

Em alfinetada ao rival João Doria (PSDB), primeiro colocado no Datafolha e considerado como único candidato com lugar garantido no segundo turno da eleição, Marta disse que o tucano concordou com todas as suas propostas no último debate entre candidatos. "Nós vamos poder mostrar propostas diferentes -aliás, nem tanto, porque no debate ele (Doria) concordava com todas as minhas, né?", afirmou. Na ocasião, os dois candidatos protagonizaram uma série de dobradinhas.

Na última pesquisa Datafolha antes do primeiro turno, Doria aparece na liderança isolada, com 44% dos votos válidos. Marta aparece em segundo lugar, em triplo empate com o prefeito Fernando Haddad (PT) e o deputado Celso Russomanno (PRB). A peemedebista tem 14% enquanto os oponentes têm 16% cada.

Perguntada por que não acompanhou o presidente Michel Temer, que votou perto das 7h da manhã, ela devolveu: "Por que que acompanharia nesse momento? O presidente é presidente do Brasil, ele tem muitos aliados também nesse momento, não tem motivo para acompanhar. Estou acompanhada do presidente municipal do meu partido".

Matarazzo

À imprensa, o vice de Marta defendeu a necessidade de uma "gestão suprapartidária". "Essa é uma cidade complexa, complicada. Precisa (ter) conhecimento, experiência e, principalmente, a prefeitura precisa só prefeitura e não instrumento de eleições futuras nacionais ou estaduais", declarou.

A fala é uma crítica às campanhas tucana e petista, em que a disputa municipal é vista como termômetro para as eleições presidenciais de 2018. O PT usará o desempenho de Haddad para avaliar as chances do partido sair-se bem na disputa nacional em meio a forte sentimento antipetista. Já o PSDB está rachado devido à candidatura de Doria, apoiada em peso pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que pretende se lançar em 2018.

Devido à ação de Alckmin, Matarazzo, que ambicionava ser prefeito e é próximo a outro presidenciável tucano, José Serra, deixou o PSDB após décadas de militância. Matarazzo também falou que a cidade vive nestas eleições a "moda do novo", que ele associa à eleição de Fernando Collor e de Dilma Rousseff, os presidentes que sofreram impeachment.

Saia-justa
Antes da chegada de Marta, Matarazzo foi entrevistado pelo programa "Pânico na Band". Após a entrevista, Yunes, que avaliou que Matarazzo saiu-se bem, foi cumprimentá-lo: "Se livrou de uma saia-justa, hein!" Antes de entrar no carro, Marta foi também abordada pelo "Pânico", mas respondeu apenas uma pergunta do programa. Deixou o entrevistador quando ele perguntou se poderia se despedir dela dizendo "Tchau, querida". A expressão era usada por pessoas favoráveis ao impeachment de Dilma, que Marta apoiou, em protestos.