Continuam buscas por foragidos após fuga em massa

Dos 470 detentos que fugiram do CPP de Jardinópolis, em São Paulo, 127 continuam à solta nas ruas

Marco Aurélio - Úrsula Freire/Folha de Pernambuco

 

Quatro dias após a fuga em massa que envolveu 470 detentos no Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Jardinópolis (a 329 km de São Paulo) - na última quinta-feira (29), 127 presos continuam foragidos. Uma sindicância foi instaurada pela Secretaria de Estado da Administração Penitenciária com o objetivo de investigar as causas da rebelião. Segundo a pasta, ela ocorreu após uma revista de rotina.

Ainda conforme a secretaria, não havia motivo para o motim, “salvo o descontentamento com a revista rotineira que foi realizada, cujo objetivo é a apreensão de celulares, drogas e outros objetos proibidos”. Os presos recapturados foram transferidos para prisões de regime fechado e perderam o direito ao semiaberto.

O corpo de um detento que participou da fuga em massa foi achado no rio Pardo, no último sábado. O detento, cujo nome não foi revelado até o final da edição, estava com uniforme da prisão e foi encontrado perto do Iate Clube. Com a confirmação da morte, são dois os detentos que morreram após a fuga em massa. O corpo de outro preso foi encontrado carbonizado em meio a uma lavoura de cana-de-açúcar que pegou fogo após a rebelião.

Motim
Os detentos fugiram após um motim, e, desde então, policiais militares iniciaram uma caçada em canaviais, matas e até no rio Pardo, que fica na divisa entre a cidade e Ribeirão Preto.

A fuga ocorreu após os detentos atearem fogo na oficina da marcenaria – as chamas se espalharam para um pavilhão da cadeia. O total de presos que fugiram só foi divulgado 32 horas após a fuga. Superlotado, o local abrigava 1.861 detentos no regime semiaberto, para uma capacidade de apenas 1.080. A superlotação é um dos motivos alegados por familiares de detentos para essa rebelião, que gerou pânico em moradores de Jurucê, distrito de Jardinópolis que fica próximo ao CPP.