Ayrton Montarroyos faz um passeio pela canção popular em novo disco

Cantor pernambucano radicado em São Paulo, Ayrton Montarroyos mergulha em músicas de grandes artistas em álbum de voz e violão

Ayrton Montarroyos, cantor - Lucas Cardoso/Divulgação

O artista pernambucano Ayrton Montarroyos lança seu segundo álbum, com o título "Um Mergulho no Nada", extraído de verso da música "Sem Pressa de Chegar" (Capiba e Délcio Carvalho, 2000), uma das dez músicas que compõem o repertório. O álbum chegou ao mercado fonográfico dia 18 de janeiro, em edição da gravadora Kuarup. Uma semana antes, em 11 de janeiro, foi lançado o single com o registro de "Pé na Estrada", junto com Ylana Queiroga e Yuri Queiroga.

O álbum foi gravado ao vivo em ensaio e na apresentação propriamente dita de show feito em abril de 2018 no Teatro Itália, na cidade de São Paulo (SP), com produção de Thiago Marques Luiz. O cantor pernambucano deixou de lado os arranjos grandiosos do disco de estreia ("Ayrton Montarroyos", 2017) e, agora, aposta no enxuto formato de voz e violão. "Esse disco eu costumo dizer que é um passeio pela canção popular e que, diferente do meu primeiro disco, ele é até muito mais urgente", comenta Ayrton.

O jovem cantor lançou o álbum acompanhado do músico Edmilson Capelupi no violão 7 cordas. O repertório do disco demonstra novas leituras para as obras consagradas. "Um mergulho no nada" é álbum que perpetua show feito com o rigor de recital e Ayrton dá voz a músicas como "Dona divergência" (Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins, 1951), "Jabitacá" (Junio Barreto, Bactéria e Lira, 2015), "Mar e lua" (Chico Buarque, 1980), "Pé na estrada" (Ylana Queiroga e Yuri Queiroga, 2017) e "Sodade matadeira" (Dorival Caymmi, 1948).

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"'Sodade Matadeira' é uma música de Dorival Caymmi pouquíssimo conhecida pelas pessoas, e é uma música que carrega consigo todo o Brasil dentro de si, toda a forma do brasileiro de cantar, essa coisa majestosa da exuberância que temos nas pequenas coisas, e nas sutilezas que Caymmi traz tanto à tona. Mas eu também acho que existe essa sutileza e exuberância em 'Jabitacá', e todo o repertório do disco vai trazendo e me remetendo a esses 'Brasis' possíveis, a essa amostragem de um Brasil muito grande, exuberante e muito próprio", ressalta Ayrton.

Entre pesquisas, cantos, leituras e inspirações, Ayrton comenta como a releitura das músicas vai muito além do cantar. "O trabalho do intérprete se dá bem além do instante em que se canta. Existe um trabalho prévio que é gigantesco e que esse é muito maior e se configura num mundo totalmente diferente do instante do cantar. É um mundo no qual é preciso ser muito apaixonado, e eu sou, que é o mundo da pesquisa, do ensaio, do treino do ouvindo, um mundo em que é preciso abrir a mente e estar em contato com ele diariamente."



O tom dado pelo próprio Ayrton impede "Açaí" (Djavan, 1981) de soar como número de barzinho ou de karaokê. Nesse contexto artístico, o disco parece carta de princípios de cantor, que põe o pé e solta a voz na estrada em caminho feito no tempo próprio do artista, sem a preocupação de acompanhar o passo ágil e fugaz das modas e do marketing.

O Artista

Montarroyos começou sua carreira aos 11 anos e, aos 16, fez seu primeiro show na Capital pernambucana. No ano de 2013, teve reconhecimento internacional, como uma indicação ao Grammy Latino, por sua colaboração no álbum de "Herivelton Martins - 100 Anos". Também foi vice-campeão da temporada de 2015 do programa "The Voice Brasil" (TV Globo), quando ganhou projeção nacional no reality musical.