Emenda foi garantida pelo deputado Betinho Gomes, em visita ao prefeito Junior Matuto nesta sexta - Divulgação
Por menos de 1% dos votos válidos, o prefeito Geraldo Júlio não foi reeleito ontem no Recife no primeiro turno. Vai disputar o segundo com João Paulo, que obteve menos de 50% dos votos obtidos por ele, Esta é a segunda vez na história do Recife que um prefeito deixou de ser reeleito por menos de 1% dos votos válidos.
A primeira foi no ano 2000 quando Roberto Magalhães deixou escapar a vitória no primeiro turno por menos de cinco mil votos e disputou o segundo contra João Paulo, perdendo pelo mesma diferença. Segundo turno é uma nova eleição porque o tempo de televisão dos dois candidatos será exatamente o mesmo: cinco minutos para cada um.
No entanto, Geraldo Júlio é o franco favorito para vencer a próxima rodada porque tem uma gestão bem avaliada pela maioria dos recifenses e tende a receber os votos da maioria dos eleitores que votaram em Daniel Coelho, Priscila Krause e Carlos Augusto Costa. Geraldo Júlio tende a receber a maioria dos votos dos eleitores que votaram em Daniel Coelho, Priscila Krause e Carlos Augusto
Socialistas comentam, intra muros, que um dos desafios do PSB é dar um “freio de arrumação” na suposta vaidade do prefeito Geraldo Júlio, que ao chegar ao 2º turno com mais de 49% dos votos válidos “está se achando mais forte que o próprio Paulo Câmara, que é reconhecidamente humilde e desambicioso”. Aliás, já é visível dentro do partido uma discreta disputa entre os grupos do prefeito e do governador.
Acerto > Geraldo Júlio manteve Luciano Siqueira (PCdoB) como seu vice porque 48% dos recifenses ficaram contra o impeachment de Dilma Rousseff e ele precisava desses eleitores ao seu lado. Para tanto, confrontou-se com Jarbas Vasconcelos e Antonio Campos, que defendiam o PCdoB fora da chapa majoritária.
Senado > Com a derrota dos seus candidatos em Jaboatão (Heraldo Selva) e Cabo de Santo Agostinho (Betinho Gomes), o prefeito Elias Gomes se enfraqueceu para pleitear vaga no Senado em 2018.
É guerra > Se tivesse ficado fora do 2º turno, em Olinda, o advogado Antonio Campos (PSB) iria declarar “guerra” a familiares do seu falecido irmão, Eduardo Campos, que ficaram ausentes de sua campanha.
Insistência > Demóstenes Meira (PSB) ganhou em Camaragibe na quarta tentativa e Ana Célia Farias (PSB) em Surubim na terceira. Já Sérgio Leite (PDT) foi derrotado em Paulista pela quarta vez.
Insucesso > A derrota de Yves Ribeiro (PSB) em Igarassu para o prefeito Mário Ricardo (PTB) fragilizou ainda mais o socialista, que já havia perdido em 2014 para deputado estadual. Muito contribuiu para o seu insucesso a aliança com Guilherme Uchoa (PDT), seu adversário havia 30 anos. O povo não entendeu.
Pra onde? > O “dia da eleição” foi fundamental para que Raquel Lyra (PSDB) fosse ao 2º turno, em Caruaru, contra o deputado Tony Gel (PMDB). A expectativa agora na cidade é saber o destino de Erick Lessa (PR), 3º colocado na disputa e do vice-prefeito Jorge Gomes (PSB), que ficou na 4ª colocação.
Liderança > Ao vencer a eleição de Belo Jardim mesmo estando “sub judice”, o prefeito João Mendonça (PSB) se consolidou como a maior liderança política do município. É a 4ª vez que ele se elege prefeito e o único da cidade que conseguiu a reeleição. Romero Sales (PTB), que também concorreu “sub judice” em Ipojuca, obteve mais votos que o prefeito Carlos Santana (PSDB). O caso de ambos será decidido pelo TSE, em Brasília.