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Julgamento

Amber Heard diz que julgamento com Johnny Depp é 'doloroso e difícil'

Mais cedo, uma psicóloga testemunhou que acreditava que a atriz sofria de transtorno de estresse pós-traumático devido ao abuso físico e sexual de Depp

Amber Heard em Londres, em 28 de julho de 2020, e Johnny Depp em Roma em 17 de outubro de 2021Amber Heard em Londres, em 28 de julho de 2020, e Johnny Depp em Roma em 17 de outubro de 2021 - Foto: Tiziana FABI, Niklas HALLE'N / AFP

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A atriz Amber Heard prestou depoimento pela primeira vez nesta quarta-feira no caso de difamação nos Estados Unidos movido por seu ex-marido Johnny Depp, dizendo que foi doloroso reviver o relacionamento do casal no tribunal.

Nas primeiras semanas do julgamento na Virgínia, Depp testemunhou que Heard o agredia física e verbalmente, e os jurados ouviram gravações de áudio de discussões entre o casal. Heard observou em silêncio, às vezes estremecendo ou segurando as lágrimas.

— Esta foi a coisa mais dolorosa e difícil pela qual já passei — disse Heard no início de seu depoimento. — Estou aqui porque meu ex-marido está me processando. Eu luto para encontrar as palavras para descrever o quão doloroso isso é. É horrível para mim ficar sentada aqui, por semanas e reviver tudo.

Mais cedo, uma psicóloga testemunhou que acreditava que a atriz sofria de transtorno de estresse pós-traumático devido ao abuso físico e sexual de Depp.

O julgamento é transmitido ao vivo pela internet. Confira o vídeo:

— Nunca vou esquecer, mudou minha vida — disse Heard ao júri sobre a primeira vez que o ex-marido lhe teria agredido. — Eu ri porque não sabia mais o que fazer. Eu pensei que isso deveria ser uma piada.

Depp então teria dito: “você acha que é tão engraçado? Você acha engraçado, vadia? Você se acha uma vadia engraçada”, segundo o relato de Heard.

Ela explicou que riu naquele momento por ter pensado "que ele começaria a rir também para me dizer que é uma piada".

— Ele me deu um tapa sem razão aparente — acrescentou a atriz.

Depp então teria se ajoelhado e chorado depois de bater em Heard pela primeira vez, de acordo com a versão dela.

— Eu gostaria de poder dizer que me levantei e saí de casa, mas não o fiz — afirmou ela. — Fiquei com o coração partido.

Depp, de 58 anos, estrela dos filmes "Piratas do Caribe" e outros, está processando Heard, 36, em US$ 50 milhões, dizendo que o difamou quando alegou ter sido vítima de abuso doméstico. Heard contra-processou por US $ 100 milhões, dizendo que Depp a difamou ao chamá-la de mentirosa.

Ao longo de quatro dias de depoimento juramentado, Depp disse que Heard, conhecida por filmes como "Aquaman", era a agressora e uma vez jogou uma garrafa de vodka que cortou a parte superior de seu dedo médio direito.

— No final, eu estava quebrado — disse Depp.

Heard negou ter ferido o dedo de Depp e disse que só jogou coisas para escapar quando ele estava batendo nela.

O caso surgiu a partir de um artigo escrito por Heard e publicado em dezembro de 2018 no "Washington Post". O texto não menciona Depp pelo nome, mas seu advogado disse aos jurados que estava claro que Heard estava se referindo a ele. O divórcio do casal foi finalizado em 2017, após menos de dois anos de casamento.

Depp, que já foi uma das maiores estrelas de Hollywood, disse que nunca bateu em Heard ou em qualquer mulher e que as alegações de Heard lhe custaram "tudo". Um novo filme de "Piratas" foi suspenso e Depp foi substituído na franquia de filmes "Animais Fantásticos", um spin-off de "Harry Potter".

Os advogados de Heard argumentaram que ela disse a verdade e que sua opinião estava protegida pela liberdade de expressão pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA.

Um juiz de um tribunal estadual no condado de Fairfax, na Virgínia, fora da capital do país, está supervisionando o julgamento, que deve durar até o final de maio.

Menos de dois anos atrás, Depp perdeu um caso de difamação contra o jornal britânico "The Sun", que o rotulou de "espancador de esposas". Um juiz da Suprema Corte de Londres decidiu que ele havia agredido Heard repetidamente.

Os advogados de Depp disseram que abriram o caso dos EUA no condado de Fairfax porque o "Washington Post" é impresso lá. O jornal não é réu.

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